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O cabeça de lista da Aliança Democrática (AD) por Viseu, Leitão Amaro, afirmou este domingo (11 de maio) que o voto na Iniciativa Liberal (IL) “retira força” ao primeiro-ministro Luís Montenegro e dramatizou que o voto no Chega só serve para “ajudar o PS” a regressar ao poder.
No comício da AD – Coligação PSD/CDS-PP num pavilhão cheio em Viseu, o também ministro da Presidência afirmou que nem sequer precisava de falar muito no PS, considerando que foi o antigo líder do Partido Socialista, António Costa, quem descredibilizou o atual candidato a primeiro-ministro do PS.
“Como é que o PS se lembrou de escolher para candidato a primeiro-ministro aquele que despediu por ser o pior ministro num mau governo? Se o PS não o achou capaz de ministro, porque é que os portugueses achariam Pedro Nuno Santos capaz de ser primeiro-ministro?”, questionou.
Defendendo que “a esquerda não conseguirá dar estabilidade a Portugal”, Leitão Amaro preferiu concentrar a sua intervenção à direita, sobretudo no Chega, mas também com alertas sobre a Iniciativa Liberal, partido que já admitiu entendimentos pós-eleitorais com a AD.
“Por bem intencionados que sejam, nós podemos dizer, por exemplo, aqui em Viseu que votar na IL é voto desperdiçado, não concorre para uma maioria maior. E, já agora, mesmo [a nível] nacional retira força ao primeiro-ministro que hoje temos e que vamos continuar a ter para o futuro”, afirmou.
Pouco depois, também o líder do CDS-PP, Nuno Melo, aproveitou para enfatizar uma frase que disse no sábado, em Famalicão, e que disse ter criado “um sururu”: de que a coligação AD é apenas entre PSD e CDS-PP.
“É verdade. Não tenham dúvidas: todo o meu esforço, todo o meu desejo é que a AD tenha um resultado robusto, um resultado que nos permita uma governação que dependa apenas de nós e não de outros”, afirmou.
E justificou: “Porque já percebemos que quando dependemos dos outros a instabilidade é a primeira das possibilidades”, afirmou, num recado sem destinatário explícito, mas que também se poderá aplicar ao partido liderado por Rui Rocha.
Nuno Melo defendeu que o sucesso deste Governo passa, primeiro pela liderança do primeiro-ministro, mas salientou que “ninguém tem verdadeiramente sucesso se não tiver consigo uma grande equipa”, elogiando Leitão Amaro como “um dos principais jogadores” da equipa da AD.
Num círculo em que o Chega elegeu há um ano dois deputados e conseguiu perto de 20% dos votos, Leitão Amaro considerou que “o voto mais incompreensível” dos que querem combater o PS será o voto no partido liderado por André Ventura, dizendo que passaram o último ano a colaborar entre si.
O ministro salientou que o Chega “ajudou o PS a derrubar um governo de centro-direita em Portugal”, votou contra a descida de impostos proposta por PSD e CDS-PP e também contribuiu para chumbar a criação de uma polícia de fronteiras.
“Como é que será depois de dia 18? Será que vamos voltar a ver outra vez o Chega a juntar-se ao PS para chumbar um governo, um Presidente da Assembleia da República, a descida de impostos para a classe média e o controle da imigração?”, questionou.
Leitão Amaro defendeu que votar no Chega agora só servirá para “ajudar em algum momento futuro o PS a tentar voltar a assaltar o poder.
Já sobre o PS, acusou-o de ser “um partido zangado, que só tem o papão e o medo na boca”.
“Um partido zangado que repete medos falsos, assusta funcionários públicos, pensionistas, só para criar uma cortina de fumo e não se lembrarem o quanto a sua vida melhorou com o governo da AD”, criticou.
Por contraponto, defendeu, a AD “não é apenas o mal menor”.
“Não somos apenas aqueles que podem dar estabilidade e ficar mais tempo no governo. Para nós, estar no governo não é um fim em si, é cumprir os sonhos dos portugueses, dos milhões de portugueses”, afirmou.
Na primeira intervenção da tarde, o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, afirmou os líderes da AD fazem “um par perfeito” e elogiou a opção da coligação de escolher sobretudo ministros para cabeças de lista.
“É um sinal de que não têm medo de ser questionados sobre o trabalho que fizeram e estão preparados para as reivindicações que lhes vamos fazer”, disse.
Em 2024, a AD venceu as eleições em Viseu e elegeu três dos oito deputados neste círculo, os mesmos que o PS, enquanto o Chega conseguiu dois parlamentares.
Montenegro usa “sim é sim” para garantir que cumprirá promessas e defenderá Estado social
Já Luís Montenegro usou fórmula “sim é sim” para garantir que um Governo AD será dialogante e cumprirá as suas promessas de descer impostos sobre o trabalho, valorizar pensões e “salvar” o Estado social.
No discurso, o presidente do PSD voltou a criticar “os profetas do medo”, que “andam aos ziguezagues” na vida política e que se limitam a transmitir “fogachos”.
Antes das legislativas de 2024, ficou famosa a expressão “não é não” de Luís Montenegro então usada para assegurar a sua rejeição relativamente a qualquer entendimento de Governo com o Chega. Hoje, no comício de Viseu usou antes o “sim é sim”, desta vez para procurar evidenciar o caráter “positivo, de diálogo e completo” do projeto da AD para os próximos quatro anos.
“Dizemos que não a muito pouca coisa. Dizemos que não ao radicalismo, à injustiça, à impreparação, à imaturidade, dizemos não àqueles que estão sempre contra tudo, porque esses não acrescentam nada”, começou por afirmar.
Em contraponto, segundo o primeiro-ministro, na AD “sim é sim”.
“Connosco sim é sim. Prometemos baixar os impostos sobre o rendimento do trabalho e o sim foi sim. E vai continuar a ser sim, porque continuaremos a descer o IRS – 500 milhões de euros já este ano e dois mil milhões de euros na legislatura. Sim é sim”, frisou.
No seu discurso, Luís Montenegro voltou a dirigir-se aos jovens e aos pensionistas, dizendo que o seu Governo aumentou em onze meses de funções, por duas vezes, o complemento solidário para os idosos, que nos próximos quatro anos prometeu fazer subir para 870 euros.
Em relação aos pensionistas, o presidente do PSD disse que o seu Governo retirou a razão “aos profetas do medo”.
“Dissemos sim e foi sim – e ainda fizemos mais, ainda aumentámos a comparticipação dos medicamentos de 50% para 100%. Por isso, deixem-me dizer a todos os pensionistas e reformados de Portugal: Quando fazemos isto, é pensar na vossa vida, é a pensar nas vossas condições, na dignidade que merecem”, completou.
Mas, em Viseu, desta vez, falou principalmente aos trabalhadores da administração pública, considerando-os fundamentais para a eficácia dos serviços que o Estado presta aos cidadãos, e prometeu defender o Estado social.
“O Estado existe para resolver os problemas das pessoas e servir o interesse das pessoas, não existe para se alimentar a si próprio e para servir apenas aqueles que lá trabalham. O nosso projeto está a salvar o Estado social, porque olha para os serviços públicos de educação, de saúde, mas também olha para a habitação ou para a mobilidade”, sustentou.
Como primeiro exemplo, apontou o caso dos professores, alegando que sem docentes nas escolas “a igualdade de oportunidades entre todos aqueles que têm o direito de se qualificar fica colocada em causa”.
“Sem médicos e sem enfermeiros e sem os outros técnicos de saúde aqueles que têm dinheiro vão à procura de uma solução no setor privado, no setor social, mas aqueles que ficam no Serviço Nacional de Saúde ficam à porta a aguardar a sua vez. Quando valorizamos as carreiras da administração pública, estamos a dar aos serviços públicos as competências e os recursos humanos que precisam para servir os interesses das pessoas, para servir o interesse das instituições”, acentuou.
Neste contexto deixou um apelo ao voto na AD, dizendo que merece governar mais quatro anos.
“Que não se disperse o voto à procura apenas de garantir um fogacho aqui e um fogacho ali. Que se pense num projeto de desenvolvimento, num projeto abrangente, socialmente equilibrado, que não deixa ninguém para trás. Quem mostrou o que nós mostramos em onze meses tem autoridade para dizer que nós merecemos a oportunidade de governar quatro anos”, acrescentou.