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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
O Museu de Aristides de Sousa Mendes, criado na antiga casa do cônsul que salvou milhares de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, abre portas a 19 de julho, dia em que o cônsul completaria 139 anos.
Este vai ser o local que, para o presidente da autarquia, será de paragem obrigatória para quem visitar a região Viseu Dao Lafões.
“O museu vai contar toda a história de Aristides de Sousa Mendes desde que começou como cônsul em Curitiba, Brasil, passando por Zanzibar, na Tanzânia, e Bordéus, em França, quando terminou com a sua carreira por ser perseguido por Salazar”, explicou Paulo Catalino.
O conteúdo museulógico resulta de um trabalho feito por uma equipa de investigação liderada pela professora Cláudia Ninhos, investigadora de história contemporânea da Universidade Nova de Lisboa, e Avraham Milgram, que esteve ligado ao Museu do Holocausto, em Israel.
Isto, porque, um dos objetivos da musealização da casa onde viveu o diplomata, situada em Cabanas de Viriato é que “seja um espaço também formativo, educacional, não só para as escolas, mas também para as universidades, para doutoramentos ou estudos nesta área”.
Fechada ao público há quase 50 anos, a Casa do Passal sofreu uma intervenção nas paredes exteriores e cobertura em 2014 e está, desde agosto de 2022, a ser requalificada, com 1,8 milhões de euros, para a sua musealização.
Nascido naquela casa em 19 de julho de 1885, Aristides de Sousa Mendes no início da II Guerra Mundial (1939/45), mais precisamente a partir de 1940, desempenhava as funções de cônsul em Bordéus (sudoeste de França).
Enquanto cônsul, concedeu cerca de 30 mil vistos para salvar a vida de refugiados do nazismo, a maioria judeus, contra as ordens expressas do então regime fascista português, liderado por Oliveira Salazar.
Obrigado a voltar a Portugal, Sousa Mendes foi demitido do cargo e ficou na miséria, com a sua numerosa família. Morreu na pobreza em 03 de abril de 1954, no Hospital dos Franciscanos, em Lisboa.
Segundo os registos da polícia política PVDE, que a partir de 1945 se transformara na PIDE, entraram em Portugal, só nos dias 17, 18 e 19 de Junho de 1940, cerca de 18 mil pessoas com vistos assinados pelo “Cônsul desobediente”. “Os guardas da fronteira de Vilar Formoso não se lembram de ter visto tanto movimento”, lê-se nos arquivos.