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Cerca de meia centena de pessoas juntou-se esta tarde em Nelas à volta de um sobreiro com quase 200 anos para impedir que a árvore venha a ser abatida, no âmbito da requalificação da Linha da Beira Alta.
Com cartazes onde se podia ler que é preciso “defender a natureza”, os moradores da urbanização onde o sobreiro existe há quase dois séculos, a que se juntaram ambientalistas, prometem que não vão deixar “morrer” a árvore. “Se o quiserem destruir, vão ter de passar por cima das pessoas”, avisam.
Em causa estão informações de que o alargamento da Linha da Beira Alta para uma linha dupla poderá levar ao corte de algumas árvores, como explica António Minhoto, morador da urbanização onde está localizado o sobreiro e presidente da associação Ambiente nas Zonas Uraníferas (AZU). “Estamos a falar de para aí umas 20 árvores, alguns sobreiros (espécie protegida), entre eles este que tem quase 200 anos e os técnicos dizem que pode ainda viver mais outros tantos”, salienta.
O ativista diz que este não é um protesto contra o progresso e lembra que há alternativas para evitar o abate das árvores.
“Em vez de ser pelo lado direito, podem fazer esse alargamento pelo esquerdo”, propõe, lamentando que a Infraestruturas de Portugal não tenham optado pela via do diálogo e lembrando que para a empresa já seguiu uma exposição a pedir alternativas.
“Entendemos que o Governo não pode abandonar e impor sem dialogar. Já pedimos informações e não obtivemos resposta. Inicialmente, até foram contactados proprietários para serem adquiridos terrenos do lado esquerdo”, lembra António Minhoto que diz que para a Infraestruturas de Portugal não “entrar em confronto” com o Ministério da Educação – uma vez que iria abranger um espaço junto à escola – prefere “entrar em confronto com a população e com o Ambiente”.
Aida Gameiro reside há 30 anos na urbanização que é a casa do sobreiro e que está a 700 metros da estação de comboios de Nelas. “Quando eu vim para cá a árvore já cá estava. Os meus filhos e agora os meus netos que foram aqui criados é aqui junto à árvore que brincam e convivem. Preocupa-me saber que a Infraestruturas de Portugal quer abater este sobreiro”, lamenta.
Ao cordão humano juntou-se também a representante de Viseu do PAN. Carolina Almeida afirma que não podia deixar de faltar a esta chamada, referindo que se “existem alternativas não faz sentido cortar as árvores”. “Não estamos contra a requalificação da linha, mas deve ser feita com o mínimo de riscos ambientais possíveis”, alerta.