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Helena Barbosa

20 de 06 de 2022, 15:59

Colunistas

Pela Paz, todos não somos demais!

O desenvolvimento da situação internacional, como a situação na Palestina ou no Sahara Ocidental, as guerras na Ucrânia, no Iémen, na Síria, na Líbia ou no Iraque, entre outros conflitos que flagelam o mundo, exige união e acção na condenação da guerra

É com grande apreensão que olhamos o mundo que nos rodeia. Uma realidade marcada, nos últimos anos, pelo aumento das despesas militares e da corrida aos armamentos, pela produção de armas cada vez mais sofisticadas, incluindo nucleares, pela agudização das tensões entre potências e instalação de mais bases militares em países terceiros. Tal situação representa uma verdadeira ameaça para os povos da Europa e do mundo, num cenário de agravamento dos problemas da fome, da doença e da pobreza que afectam grande parte da Humanidade.
O desenvolvimento da situação internacional, como a situação na Palestina ou no Sahara Ocidental, as guerras na Ucrânia, no Iémen, na Síria, na Líbia ou no Iraque, entre outros conflitos que flagelam o mundo, exige união e acção na condenação da guerra.
Um conjunto de personalidades de diversos sectores da sociedade lançou o Apelo ‘Paz sim! Guerra e corrida aos armamentos não!’, reclamando das autoridades portuguesas o respeito pela Constituição da República Portuguesa, que consagra a não ingerência nos assuntos internos de outros Estados, a solução pacífica dos conflitos internacionais, a dissolução dos blocos político-militares, o desarmamento geral, simultâneo e controlado, e repudia o militarismo e a guerra nas relações internacionais. Exigem, pois, que o Governo português não contribua para a escalada de confrontação e guerra, apelando à diplomacia e à criação de condições de diálogo que garantam o estabelecimento de um clima de confiança e segurança colectiva, com vista a uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos.
“O empenho da diplomacia para a solução política dos conflitos não deve ser substituído pela ingerência, pela desestabilização, pelos bloqueios e as sanções, pelas intervenções, invasões e ocupações militares, pela guerra, pelo uso ou a ameaça do uso da força nas relações internacionais com todas as suas dramáticas consequências.”
O Apelo, que conta já com centenas de subscritores – organizações e personalidades portuguesas – do movimento associativo popular e estudantil, das áreas da ciência, da cultura e do desporto, do movimento sindical, das mulheres e da juventude, exige o respeito pelos princípios do direito internacional, conforme a Carta da ONU e a Acta Final da Conferência de Helsínquia, na certeza de ser esse o caminho para garantir a paz, a segurança, a cooperação, a justiça e o respeito pelos direitos dos povos.
Com base nestes princípios, convocaram-se dois desfiles que terão lugar em Lisboa e no Porto, nos dias 25 e 29 de Junho, respectivamente, apelando-se à participação de todos os que aspiram a paz nestas acções. Também em Viseu se encontra já a ser divulgado o Apelo e haverá transporte organizado para o Porto no dia 29, com saída às 15:30 da Av. da Europa.
Pela Paz, todos não somos demais!


Helena Barbosa
Membro da Presidência do CPPC - Conselho Português para a Paz e Cooperação