Ana Fernandes

04 de 06 de 2021, 18:32

Desporto

Kiko Bondoso sempre acreditou que ia chegar à Primeira Liga

O jogador natural de Moimenta da Beira, ajudou o Vizela a subir ao principal escalão do futebol português

Kiko Bondoso

Como é que tudo começou? Como surgiu o gosto pelo futebol?

O gosto vem do meu pai, que também foi jogador de futebol, o meu irmão mais velho também. Acompanhá-los a ver os jogos, no antigo estádio, também comecei no antigo estádio, fiz a maior parte da formação lá. Aqui já foi o último ano de formação, mas sem dúvida que este campo tem um significado muito especial para mim.


Como foi para ti representar o clube da tua terra durante tantos anos?

Sem dúvida que jogar no clube da terra, eu nasci aqui, cresci aqui, é sempre especial. É claro que o Moimenta não estava ao nível dos melhores clubes, mas nunca surgiu a oportunidade de sair e eu sempre fiquei muito feliz por jogar aqui.

Tinhas objetivos futuros de deixar o Moimenta? Esperavas conseguir atingir outros voos?

Toda a gente sabe que aqui no interior é difícil ter protagonismo e poder sair para bons clubes. Sempre acreditei que ao treinar e ao trabalhar, e já cheguei um bocado tarde, porque saí daqui com 21/22 anos, mas ainda conseguir chegar hoje à Primeira liga e isso quer dizer que o trabalho foi recompensado.

Deixas o Moimenta para ir para o Ferreira de Aves. Como foi esse ano?

O objetivo foi estar nas provas nacionais, com esse protagonismo e, um dia, poder dar esse salto. Porque eu sabia perfeitamente que se ficasse nos distritais, ia ser mais difícil esse processo.
A nível pessoal foi muito bom, consegui marcar alguns golos, algumas assistências, consegui fazer boas exibições.

Deixas o Ferreira de Aves e chegas ao Lusitano de Vildemoinhos, onde ficaste uma época. E, em 2019 vais para o Vizela, que estava no Campeonato de Portugal. Como descreves a tua chegada à equipa?

No início não foi nada fácil. Passar de um contexto amador, para um contexto profissional. Na altura no Lusitano trabalhava e jogava. Mas, depois de começarem os treinos, conhecer as pessoas, com o grupo que tínhamos e, por isso é que subimos dois anos seguidos. O nosso espírito de grupo era fantástico e isso ajudou-me muito também.

Como te descreves enquanto jogador? Quais as tuas maiores qualidades?

Penso que irreverência. Considero-me um jogador que não me escondo do jogo. Não tenho medo de errar. Rapidez e velocidade, aliado à qualidade também.

Como foi veres, no decorrer da época passada, que o Vizela estava a ter bons resultados e estavam perto de conseguir a subida à Primeira Liga?

Na minha opinião, a partir dos 15 jogos sem perder, começamos a subir algumas posições, aproximamo-nos dos primeiros. Eu entrava em campo e sentia que era muito difícil nos ganharem. Nunca ninguém pensou que íamos subir de divisão. Só mesmo nos últimos três/quatro jogos é que sentimos que isso era possível.


Quais são os teus objetivos para a próxima época?

O Vizela, como as equipas todas que sobem, é um alvo a abater. Acho que a mentalidade em Vizela é muito forte. É obvio que vai ser muito difícil, mas é lutar pela manutenção.