Diário

Deputados do PSD prometem “acabar” autoestrada entre Viseu e Coimbra

Encontrar uma solução para que a ligação entre Viseu e Coimbra seja feita na totalidade em perfil de autoestrada é a prioridade que os deputados do PSD eleitos por Viseu têm no início desta legislatura. A saúde também está no dossiê dos assuntos que, para os sociais-democratas, “os socialistas não cumpriram”

Os deputados do PSD eleitos para esta legislatura querem que o governo liderado por Luís Montenegro, que tomou posse no início da semana, encontre uma solução que permita que a ligação entre Viseu e Coimbra (atualmente feita pelo IP3) seja toda ela feita em perfil de autoestrada, nem que para isso seja necessário haver troços portajados. Segundo Pedro Alves, a solução deve ser encontrada “no mais curto espaço de tempo” e se ela passar pelo pagamento de portagens, então tem de haver uma solução alternativa “segura e rápida”.

“O PSD sempre defendeu que quando há portagens tem de haver uma alternativa segura e rápida não portajada. Se a solução (ligação Viseu/Coimbra) que se venha a encontrar for uma solução com portagens de Santa Comba Dão para Coimbra, naturalmente que haverá uma requalificação suficiente ao nível da segurança do IP3 que manterá uma alternativa não portajada. Se essa for a solução, esta será a alternativa”, sustentou o social-democrata.

Para o deputado, que está de regresso ao Parlamento, o que não pode acontecer é o que foi feito, por exemplo, na A25, que liga Aveiro a Vilar Formoso. “Aqui, não temos nenhuma alternativa não portajada rápida e segura”, reforçou.

O social-democrata disse que o governo do PS deixou apenas como obra no IP3 o concurso entre S. Comba Dão e Tondela, na fronteira com Viseu. O procedimento para a empreitada do troço, com um investimento no montante de 130 milhões de euros, foi lançado em junho de 2023 e anunciado como a primeira de três intervenções no IP3. O troço em causa é com perfil de autoestrada”, ou seja, duas faixas de cada lado. Ainda em fase de projeto e de avaliação de impactos ambientais, antes de cair o governo, estavam os troços Souselas-Penacova e Penacova-Santa Comba Dão.

“Uma coisa é certa, o que o PS, neste últimos anos, fez foi suspender aquilo que poderia ter sido uma solução imediata para resolver o problema de ligação Viseu a Coimbra em perfil de autoestrada”, sublinhou, referindo-se ao projeto que foi apresentado no governo de Passos Coelho e que os socialistas quando chegaram ao poder disseram tratar-se apenas de um “powerpoint”.

Para o social-democrata, o governo que agora terminou “andou estes últimos oito anos com estudos e a empurrar para a frente e para trás com um conjunto de desculpas”.

“Neste momento só está em concurso a ligação entre Treixedo e S. Miguel de Outeiro. E essa componente é para ser feita, não vamos reverter nada. Agora, soluções para fazer todo o traçado em perfil em autoestrada não há nada e é esse o nosso compromisso. Vamos encontrar no mais curto espaço de tempo a solução que permita aos viseenses deslocarem-se em perfil de autoestrada em todo o percurso e não só numa parte”, garantiu.

Radioterapia
A saúde é outra das prioridades deixadas pelos deputados do PSD que querem ver esclarecido o projeto do Centro de Ambulatório e Radioterapia do Hospital de Viseu. Segundo Pedro Alves, os anúncios feitos foram “embustes” porque, sustentou, “embora possa estar garantido o financiamento para o edifício, não há garantias para o equipamento”.

“Neste momento, o que poderá estar garantido, e mesmo assim não é certo porque deixaram cair toda o procedimento concursal, é a construção do edifício. Tudo o resto não esta garantido e isso é que queremos garantir para que os viseenses tenham um serviço público”, disse, criticando o atraso num projeto que já está definido desde 2012, altura em que a Entidade Reguladora da Saúde anunciou a necessidade de criar uma nova unidade de radioterapia na Região Centro.

Para a XXIV Legislatura, o PSD elegeu três deputados. António Leitão Amaro, que era o cabeça de lista, foi chamado para integrar o Governo como ministro da Presidência, dando lugar à entrada do até agora presidente da Câmara de Sernancelhe, Carlos Santiago, na Assembleia da República.

“É uma mais valia para o grupo parlamentar e para a região de Viseu a entrada de Carlos Silva Santiago no Parlamento, não só pela experiência política como autarca, mas também por funções que exerceu como presidente da Comunidade Intermunicipal do Douro. É uma pessoa que conhece a realidade e as dinâmicas relacionadas com as relações de proximidade entre poder local e central e pode ajudar na construção de soluções”, comentou Pedro Alves.

Os resultados eleitorais de 10 de março ditaram ainda a eleição de Inês Domingos, que foi consultora económica do Presidente da República e que tinha já sido deputada entre 2015 e 2019, onde trabalhou nas comissões de Finanças e Assuntos Europeus. Entretanto, esta sexta-feira, tomou posse como secretária de Estado dos Assuntos Europeus.

A Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) foi a força política mais votada no distrito de Viseu (36,36 por cento dos votos), mas elegeu o mesmo número de deputados do PS (27,45%). O Chega (19,45%) estreou-se com a eleição de dois deputados.