Jorge Lopes

06 de 08 de 2022, 09:00

Diário

Vendas de vinho aumentam nos primeiros seis meses do ano

Douro, Dão e Terras do Cister registaram aumentos consideráveis nas vendas por litro e valor durante o primeiro semestre

Homem faz degustação de vinhos (vinho genérica) enólogo

Fotógrafo: Igor Ferreira

As vendas dos vinhos produzidos no distrito de Viseu aumentaram nos primeiros seis meses deste ano, segundo dados divulgados pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV).

Entre janeiro e junho, a região do Dão, que junta boa parte dos concelhos da região, vendeu mais de 2,9 milhões de litros de vinho (mais 516 mil litros), tendo crescido 21,6% (por cento) nas vendas em volume e 65,6% no valor, que rondou os 15,6 milhões de euros (mais 6,1 milhões).

Já o Douro, uma das principais regiões demarcadas do país que abrange municípios como Lamego, Armamar, Tabuaço e São João da Pesqueira, entre vários outros, conseguiu comercializar mais de 7,1 milhões de litros (mais 1,3 milhões ou 22,7%) que resultaram em receitas de 68,4 milhões de euros (uma subida de 63,8% face aos cerca de 41,8 milhões faturados em 2021).

As Terras de Cister, que inclui a zona do Távora-Varosa e envolve concelhos como Tarouca, Moimenta da Beira, Sernancelhe e Penedono, venderam mais de 15 mil litros (mais 3 mil ou 33,3%), que se traduziram num volume de negócios superior a 122 mil euros (mais 43 mil ou 55,1%).

A maior parte das vendas dos vinhos do Dão e do Douro foi para o setor da distribuição (69,9% de quota do volume no caso do Dão e 68,1% no Douro), enquanto que, para as Terras de Cister, grande parte dos vinhos foram expedidos para a restauração (73,5%).

O Douro é o ‘campeão’ das quotas de mercado das regiões de vinhos do distrito, com 12,5% da quota no volume e 21,1% nas vendas em valor. Já o Dão teve 5,1% e 4,8%, respetivamente. As Terras do Cister registaram quotas muito residuais.

Também os preços de venda aumentaram substancialmente em comparação com o período homólogo. Em média, os vinhos do Douro subiram 33,5% de preço para uma média de 9,57 euros.

Já os néctares das Terras de Cister foram vendidos a uma média de 8,04 euros, indicando uma subida de 16,4%. Os vinhos do Dão são mais baratos, no valor de 5,39 euros, mas registam o maior crescimento: 36,1%.

Relativamente a todo o ano de 2021, as vendas de vinhos aumentaram no Douro, mas desceram em comparação com 2020 no Dão e no Cister. Ao todo, as três regiões demarcadas venderam cerca de 19 milhões de litros de vinho que corresponderam a uma receita global de 134 milhões de euros. Só o Douro vendeu 13,6 milhões de litros enquanto o Dão comercializou 5,3 milhões.

A maioria das vendas no Douro e no Dão pertencem a vinhos certificados com o selo Denominação de Origem Protegida, enquanto a Indicação Geográfica Protegida é o ‘rei’ das vendas das Terras de Cister.

Em todo o país, as vendas de vinho cresceram 14,3% em volume e 52,8% em valor, no primeiro semestre, para um total de 130,1 milhões de litros, no valor de 503,3 milhões de euros.

Mesmo assim, entre janeiro e junho, as vendas de vinho na grande distribuição caíram 9,8% em volume e 4,8% em valor, para um total de 92 milhões de litros e 240,2 milhões de euros.

Em contrapartida, as vendas na restauração disparam, com aumentos de 221,8% em volume e de 241,8% em valor. No total, durante o primeiro semestre, foram consumidos 38 milhões de litros, no valor de 263 milhões de euros.

O facto de, no primeiro trimestre do ano passado, a restauração ter estado encerrada por causa da Covid-19 ajuda a explicar grande parte do crescimento, a par do acréscimo substancial na procura turística.

Quanto às vindimas, as previsões do IVV para a próxima colheita são mistas, muito por culpa da seca. Para o Dão, está prevista uma quebra de produção na ordem dos 15% graças à seca, ao calor e ao stress hídrico. Já para as Terras de Cister, a previsão aponta para um aumento de 10%, uma vez que os prejuízos provocados pela geada foram “pouco significativos” e as vinhas apresentam um “bom estado fitossanitário”.

Por outro lado, no Douro, prevê-se um decréscimo da produção de vinho na ordem dos 20%, também por causa do calor e da falta de água que, juntas, “têm vindo a acentuar as situações de stress que afetam a maturação da uva e respetivo rendimento”, refere o IVV.

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