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O Amor à Cidade

 O Amor à Cidade - Jornal do Centro
18.07.25
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 O Amor à Cidade - Jornal do Centro

por
Jorge Marques

A PROVISEU é uma Associação para a Promoção de Viseu e Região. Foi fundada em 1979, sem fins lucrativos e independente. A sua face mais visível é o Conservatório Regional de Música Dr. José Azeredo Perdigão. No início de Julho promoveu um conjunto de debates, o último dos quais era subordinado ao tema: “O Valor dos Produtos Culturais e dos Artistas Locais”. Merece reflexão! 

É uma rara coincidência que este tema inclua em si mesmo 3 V`s (Valor/Viseu/Vinho). O vinho enquanto produto de excelência na região. Vale a pena olhar bem para o V, porque se trata de uma letra frágil, suportada no ponto de encontro de dois traços. Enquanto Cidade, talvez lhe falte mais um traço que una os outros dois pontos superiores e daí se forme um triângulo. E porquê? Porque com isso tínhamos uma figura com bases e segura de si mesma! Triângulo porque é o símbolo da Construção, o grande desígnio do Homem. Esse lado em falta é a Cultura no seu sentido maior, não apenas uma cultura de eventos e do momento, necessária, mas passageira. Uma Cultura (substantivo) no seu sentido maior tem a ver com Educação, Valores, Crenças, respeito pela História e Investimento Humano. E também a Cultura (verbo) onde temos que semear, cuidar, colher e aprender a fazer. Talvez que a força decisiva da Cultura tenha a ver com o ser inventada e transmissível ás próximas gerações. Esta Cultura inclui a necessidade de criar artistas, que tal como o vinho, deve ser plantada, cuidada, fazê-la crescer, amadurecer e criar-lhe oportunidades de se exprimir. Cultura como aquela que me ensinou Jaime Lerner (segundo arquiteto mais influente do Mundo no Urbanismo). A Cultura, dizia ele, tem que incluir o Amor á Cidade.

Dizia-me que muitas das críticas que se fazem ás cidades tem a ver com essa falta de amor. Que as cidades precisam de uma amostra de pessoas que sejam os seus amantes, que devem ser ouvidos sobre o pulsar e as mudanças da cidade! Esses amantes, dizia ele, são aqueles que tem mais sensibilidade e olham as coisas de uma outra maneira, são esses que a sentem melhor! O amor á cidade não tem raiz partidária que a ligue á Presidência da Câmara, onde uns vêm encantos e os outros só vêm defeitos. Isso não é Amor, nem Desamor! Lembra o poema de Gedeão “Impressão Digital”: Os meus olhos são uns olhos/ E é com estes olhos uns/ que eu vejo no Mundo escolhos/ onde outros, com outros olhos/ não vêm escolhos nenhuns/…

É curioso, nas últimas eleições autárquicas andei á procura dos discursos da tomada de posse dos Presidentes das Câmaras do nosso Distrito. Todos com boas intenções, mas um deles chamou-me mais a atenção! Dizia que daria uma particular atenção ao conhecimento, á critica, ás sugestões e aspirações da gente da cultura (intelectuais, pensadores, professores, poetas, músicos, artistas, artesãos). Dizia que esses representavam a verdadeira identidade de um povo. 

Aqueles que sentem e amam uma cidade, não ficam indiferentes á destruição dos prédios de referência, á história da cidade ou ao estacionamento permanente de carros em cima dos passeios. Nem quando se fecha um jornal livre e de qualidade ou uma boa livraria. Nem quando morrem projetos como os Jardins Efémeros ou cuidamos mal dos nossos talentos nos vários domínios. Nem quando temos um único exemplar de Editora, reconhecida em Portugal e estrangeiro, que publica em várias línguas, tem 300 autores, dos quais 50 são de Viseu e a ignoramos e não a sabemos utilizar. Nem quando não sabemos aproveitar o Vinho como produto cultural e turístico. 

É este lado que falta ao V para se formar um triângulo, sermos construtores de futuros e sabermos distinguir o amor do desamor á Cidade. Pessoa já nos deu a Mensagem, nós temos nos nossos genes Viriato e o Infante D. Henrique, atualizemos agora esses valores que nos foram transmitidos… 

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