A Comunidade Intermunicipal do Oeste deu as boas vindas ao ‘Post Tour…
A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…
Sabia que é possível parecer mais jovem e elegante com os seus…
por
Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
Estamos a alcançar os limites do Homo sapiens? De acordo com a mais recente investigação e resultados publicados, tudo indica que sim.
Num estudo publicado na conceituada revista Frontiers in Physiology, os autores analisaram dados históricos dos últimos 120 anos para verificar como os humanos melhoraram ao longo do tempo. A equipa de cientistas franceses altamente multidisciplinares rastreou três variáveis de proezas físicas: recordes atléticos, tempo de vida e altura em adulto. O que verificaram foi uma progressão constante de melhoria em todas as variáveis ao longo do século XX, mas uma acentuada desaceleração, ou plateau, nos últimos anos. Na prática, o que os dados sugerem é que basicamente parámos de melhorar.
É possível que as pessoas mais saudáveis de atualmente tenham já atingido os limites da esperança de vida e longevidade, como resultado do progresso médico, social e tecnológico e da nutrição. Estes limites situam-se atualmente nos 85-95 anos para esperança de vida e 115-125 anos para a longevidade. Apesar do máximo de longevidade ter aumentado ligeiramente nos últimos dois séculos, desde 1997 ninguém ultrapassou a marca dos 120 anos (Jeanne Calment, 1875-1997). Mesmo os modelos matemáticos mais avançados, projetam um plateau no que diz respeito à longevidade nos próximos 300 anos. O envelhecimento é um processo irreversível e afeta a todas as funções fisiológicas, órgãos e sistemas de manutenção. E apesar da recente expansão fenotípica, a dinâmica generalizada de decadência exponencial depois da terceira década permanece, não mostrando qualquer fuga ao declínio.
No desporto e no que diz respeito à performance física, os dados têm mostrado um abrandamento tanto na frequência como nos incrementos para todos os eventos olímpicos cronometrados e por distância. As séries históricas de 1896 a 2016 em atletismo, natação, ciclismo, patinagem e levantamento de peso revelam um padrão semelhante que sugere uma tendência para um plateau durante as últimas três décadas para ambos os sexos. Na eventual ausência de futuras mudanças nas regras ou melhorias tecnológicas, os abrandamentos após uma progressão assimptótica podem agora indicar os limites superiores potenciais de Homo sapiens. Isto é pactuado por fatores estruturais e funcionais como a limitação do consumo de oxigénio, frequência cardíaca máxima, massa muscular, tempo de reação, estatura, comprimento e frequência dos passos.
Finalmente a altura em adulto, é outro biomarcador simples e preciso que integra condições ambientais e de nutrição. O ganho médio em altura nos adultos nascidos entre 1896 e 1996 (100 anos de medições) foi estimado em 8,3 cm para as mulheres e 8,8 cm para os homens. Durante as últimas três décadas, os dados têm mostrado um plateau semelhante nas populações mais altas dos países da América do Norte e da Europa. Por melhor que seja a nutrição e a medicina, o corpo humano pode ter acabado de atingir os seus limites biológicos, até na altura.
Quais são as implicações? Durante milhares de anos, foi difícil testar se existem limites fisiológicos em humanos, porque nenhuma variação era mensurável com precisão. Em oposição, atualmente é possível determinar os limites biológicos da espécie humana, quer seja através de registos desportivos como de longevidade e até medidas de altura. E estes traços não parecem poder aumentar no futuro, apesar dos contínuos progressos tecnológicos, médicos e científicos. Os recordes olímpicos a ser batidos serão cada vez menos batidos, a pessoa mais velha do mundo terá o recorde durante mais anos (após o deixar do ser, em vida) e a NBA dificilmente verá jogadores mais altos que atualmente.
Isto sugere que as sociedades modernas e o seu comportamento têm levado a que o Homo sapiens atinja os seus limites. E somos a primeira geração a ter consciência desses mesmos limites. O objetivo agora é claro: as sociedades devem evoluir e trabalhar de tal forma que o tamanho humano, a duração de vida e o desempenho físico aumentem, de modo a atingir os seus valores mais elevados para a maioria das pessoas. Quando os plateaus são alcançados, o cuidado deve ser o de evitar a regressão, mesmo que permanecer perto dos limites superiores possa tornar-se mais caro. Este objetivo será, contudo, um dos desafios mais intensos deste século, especialmente com a nova pressão das atividades antropogénicas responsáveis pelos efeitos nocivos no ser humano, como no ambiente e na saúde.
por
Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
por
Helena Carvalho Pereira
por
José Carreira