A Igreja de São de Lourosa, Viseu encheu-se de gente para um último adeus a António Albino, presidente do Académico, que morreu aos 76 anos. Antigos e atuais jogadores do clube que Albino dirigiu e que todos dizem ter sido uma das – talvez a maior – paixões da sua vida, marcaram presença. Aqui e ali viam-se os símbolos do Académico em camisolas, cachecóis e polos.
O preto que é cor dominante em cerimónias como a que decorreu esta tarde, foi ainda mais notado ou não fosse esta a cor dos academistas. Um dos jogadores que marcou presença foi Luisinho, ele que tem sido, nos últimos anos, um dos atletas mais acarinhados pelos adeptos. “Tenho uma enorme gratidão por ele. Foram muitos anos, muitas histórias e conquistas. É com imensa dor que o vejo partir. Apanhou-me um pouco de surpresa”, referiu o atleta, acrescentando que Albino “tirou o clube das cinzas” e que “se o Académico está onde está, deve-o ao trabalho que ele fez”. Depois, Luisinho dirigiu-se à igreja que começava a ficar composta.
À medida que a hora da missa de corpo presente se ia aproximando, começavam a chegar mais elementos ligados ao Académico. Muitos jogadores do atual plantel e também o treinador Pedro Ribeiro estiveram no último adeus ao presidente do clube. Também o futebol distrital se fez notar se notar. Por exemplo, de Vildemoinhos foram esta tarde até São João de Lourosa o atual e o anterior presidente do Lusitano.
O presidente da Câmara de Viseu, Fernando Ruas foi um dos primeiros a chegar à Igreja. Foi acompanhado, logo depois, pelos vereadores João Paulo Gouveia e Leonor Barata. Marcou também presença o advogado Fernando Seara que ali foi despedir-se de um amigo. “Tinha obrigação de estar aqui. Falei com ele ao telefone na segunda-feira. Perguntou-me se vinha cá no 10 de junho… Olhe, vim cá para me despedir dele e para dizer à família, ao Académico de que faço parte, que foi um homem bom, que ajudou o Académico em tudo. E eu digo em tudo, porque foi em tudo. Muitas vezes foi a Lisboa. Saíam de madrugada, almoçávamos, trabalhávamos, em templos complexos em que o Académico esteve para acabar. Custa-me muito vir aqui. Paz à sua alma”, disse, visivelmente emocionado.
Outra das personalidades que esteve no funeral de António Albino foi José Alberto Ferreira, diretor da Federação Portuguesa de Futebol e antigo presidente da Associação de Futebol de Viseu. Antes de entrar para um último adeus ao presidente do Académico, José Alberto Ferreira garantiu ser “difícil falar de alguém que deu tudo ao desporto durante as duas últimas décadas e que fica indelevelmente ligado à reabilitação do Académico de Viseu”, referiu, acrescentando que “não esperava de todo que acontecesse esta perda”.
Depois da missa de corpo presente em que foi lembrado o empenho de António Albino no Académico de Viseu pelo padre que a celebrou, a urna com os restos mortais do presidente do Académico seguiu em direção ao cemitério que fica próximo da Igreja. À medida que a urna atravessava o corredor que os populares iam fazendo, reinou o silêncio. Já no cemitério, soaram palmas. O último aplauso em memória do presidente do Académico.
