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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
A pandemia Covid-19 despoletou uma recessão mundial à qual a União Europeia (UE) não ficou indiferente. Em braços com este problema a UE viu o seu PIB contrair 6,4% em 2020 face a 2019. Em julho de 2020, adotou o orçamento de longo prazo de 1,8 mil milhões de euros para 2021-2027, sendo que este pacote combina o quadro financeiro plurianual de 1.074 mil milhões de euros e um fundo extraordinário de recuperação, o NextGenerationEU, de 750 mil milhões de euros. Os países têm vindo a preparar planos de recuperação e resiliência de forma a receberem os fundos da “bazuca”, que tanto anseiam. Com o surgimento da pandemia as fragilidades da União Europeia foram reveladas, nomeadamente ao nível da dependência de cadeias globais de abastecimento, particularmente com alguns países asiáticos que têm crescido ao longo dos últimos anos. Assim, é notório que vários setores industriais da UE estão à mercê de outros países para o fornecimento de inputs intermédios. A título de exemplo, quando a China suspendeu a sua comercialização com terceiros, vários países europeus viram-se obrigados a parar também a sua produção. O desequilíbrio da balança comercial apresenta tendência crescente, como indica a evolução das importações e exportações em 2020, verificando-se um crescimento de 5,6% das importações enquanto as exportações europeias para a China aumentaram apenas 2,2%. Uma das lições desta crise é a frágil competitividade europeia. A solução poderá passar pela reindustrialização da Europa, utilizando como principal fonte desta reforma os planos de reestruturação e resiliência. Para isto, é necessário que cada país identifique os seus setores estratégicos e as vulnerabilidades para desenvolver uma vantagem competitiva sustentável. Porque precisa a Europa de mais investimento na indústria? A atividade industrial é crítica para a formação de uma pirâmide de emprego equilibrada. O processo de desindustrialização fragiliza com especial destaque a classe média, contribuindo para a polarização do mercado de trabalho entre profissões de baixo e muito elevado valor acrescentado. Adicionalmente, as economias menos industrializadas tendem a favorecer menos o comércio mundial e a ficar mais expostas a desequilíbrios na balança comercial. O investimento na indústria colmatará estes problemas, ao mesmo tempo que acelerará a prossecução dos objetivos europeus em matéria com a neutralidade carbónica para 2050. Reindustrializar passará pela aposta na criação de novos modelos de produção capazes de elaborar com os mesmos recursos mais produtos, com mais qualidade, ao mesmo tempo que implementa medidas para garantir o uso eficiente da energia, encorajando assim o uso de energia renovável. Por conseguinte, as empresas europeias poderão controlar os processos produtivos sem excessiva dependência de outros países. Esta reforma permitirá aumentar as empresas com produtos de valor acrescentado, o que criará novos postos de trabalho qualificados e consequentemente, crescimento económico. Bazuca: remédio ou veneno? Para este ser o “remédio” dos efeitos adversos da crise atual é crucial que os países giram com o máximo de eficiência os fundos comunitários. Estes apoios serão uma oportunidade para os países relançarem a economia e apoiarem o investimento privado, apostando em cadeias de valor primordiais, apoiando setores e tecnologias essenciais, e ainda à solvabilidade de empresas viáveis. Contudo, se os países-membros perpetuarem a teimosia em investir em setores voláteis como o turismo, a “bazuca” atuará, antes como um “veneno”. Apostar em áreas que “não nos levam a lugar algum”, tornará a europa ainda mais dependente no futuro, podendo significar estagnação do crescimento económico europeu e perda de ímpeto nas decisões que afetam não só a Europa, mas o mundo.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Jorge Marques
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Magda Matos
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Pedro Escada