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Os alunos do 12º ano do Agrupamento de Escolas de Castro Daire apresentaram as conclusões do projeto “Viver o Rio Paiva”, com um estudo realizado no troço que atravessa o concelho de Castro Daire. Iniciada em março deste ano, a iniciativa teve como principal objetivo monitorizar a qualidade da água daquele que já foi considerado o rio menos poluído da Europa.
Em colaboração com o Departamento do Ambiente do Instituto Politécnico de Viseu (IPV), a investigação da qualidade da água do Rio Paiva realizou-se em três pontos de amostragem: na entrada do concelho de Castro Daire (próximo de Covelo de Paiva), num local intermédio (Praia Fluvial de Folgosa) e à saída do concelho (Praia Fluvial de Cabril).
As alunas Sofia Simões e Mariana Ferreira foram as responsáveis da turma pela divulgação do projeto, que teve como base uma planificação, medições de parâmetros da qualidade da água, avaliações meteorológicas e amostras de água.
“Após uma palestra pelo professor Pedro Baila Antunes, foi usada uma planificação.
Para termos conhecimento da qualidade da água, usámos anemómetros, medimos a velocidade do vento, da humidade, da temperatura e da quantidade de oxigénio dissolvido na água com outro equipamento. Por fim, procedemos à recolha de duas amostras de água, uma delas embalada num frasco esterilizado e fizemos a medição de ph in loco no local da experiência”, explicou Sofia Simões.
Mais tarde, realizaram-se as análises aos aspetos físico-químicos e microbiológicos, nos laboratórios do Departamento de Ambiente da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Viseu (ESTGV). “Os alunos dirigiram-se às instalações do IPV, ao laboratório de microbiologia onde foi realizada a filtração de uma parte da amostra e a avaliação de microrganismos”, adiantou Mariana Ferreira.
Alterações climáticas são a maior ameaça
A ação “Viver o Rio Paiva” teve um balanço positivo, como referiu o professor do departamento do Ambiente da ESTGV, Pedro Baila Antunes. “O Rio Paiva era um dos rios menos poluídos da Europa, mas verificaram-se alguns problemas de poluição logo à entrada do concelho. As classes da poluição vão de A a E. Com a conclusão deste estudo, sabemos que muitos parâmetros estão em classe A, mas há um parâmetro B e um C”, afirmou Pedro Baila Antunes.
Para além dos resultados, o professor também referiu as ameaças que atravessam os outros concelhos da região Centro. “A maior ameaça são as alterações climáticas que podem ter grandes reflexos no rio, como a redução do caudal. Para além disso, alguma poluição difusa, pedreiras, eucaliptais, espécies evasivas, incêndios florestais, e descargas residuais urbanas são outros fatores negativos”, acrescentou.
Quanto ao rio no concelho de Castro Daire, o professor anunciou que as águas do município apresentam boas condições. “O rio melhora ao longo do concelho, por isso é uma boa notícia. Pode-se afirmar que a água que sai de Castro Daire é muito melhor do que quando entrou”, informou.
Trazer mais turistas ao Rio Paiva e terminar com a poluição com novas ações são alguns dos objetivos do projeto. “Para melhorar as condições do rio deve existir maior investimento na construção de ETAR’S, pesca adequada, e apostar em praias fluviais e em desportos radicais, de forma a proporcionar a renaturalização e o ecoturismo do Rio Paiva”, sustentou Pedro Baila Antunes.
Continuar com o projeto poderá beneficiar o Rio Paiva
A iniciativa surge com o grande propósito de desenvolver e potenciar o Rio Paiva, depois de nos últimos anos terem sido noticiados episódios de poluição das águas, como reforçou em declarações ao Jornal do Centro, o diretor do Agrupamento de Escolas de Castro Daire, António Luís Ferreira.
“O projeto nasce nos alunos e nos professores com um espírito de fazer alguma coisa pelo Rio Paiva. Com os créditos que conseguiu ao longos dos anos por ser o rio menos poluído da Europa e, apesar de ser difícil garantir esses níveis. também sei que é possível fazer alguma coisa pelo rio. Eventualmente se não conseguirmos voltar a esses níveis, pelo menos chegar lá perto”, garantiu.
Para além da envolvência dos educandos neste tipo de projetos, o diretor acredita que esta sensibilização deve continuar nas escolas, mas a mudança também está nos cidadãos.
“Se tivesse que atribuir um nome para este projeto atribuía-lhe “desafio”, pois esta é uma escola de excelência que prepara para o futuro, mas também que proporciona fazer coisas no presente. A consciência comunitária também deve ser uma prioridade e os alunos, estes podem ser os principais agentes de mudança. A vontade é de continuar o projeto nas instituições, e começar um pouco mais cedo em termos de anos de escolaridade e de escalão etário”, assegurou António Luís Ferreira.
A Vereadora do Ambiente do Município de Castro Daire, Idália Ribeiro e o professor doutor do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Tiago Monteiro Henriques, também estiveram presentes nesta sessão.
A apresentação do projeto “Viver o Rio Paiva” decorreu na última terça-feira, na Ponte de Cabaços, em Castro Daire, com os alunos do 12º ano da Escola de Secundária de Castro Daire. O Rio Paiva abrange, atualmente, 10 municípios ribeirinhos do Paiva: Castelo de Paiva, Arouca, Cinfães, Castro Daire, São Pedro do Sul, Viseu, Vila Nova de Paiva, Sátão, Sernancelhe e Moimenta da Beira.
* Patrícia Lourenço (estágio curricular)