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Pedro Escada
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Jorge Marques
Todos nós, mensalmente, aguardamos (ansiosamente) pelo salário monetário. Embora o salário monetário seja um fator importante na vida profissional e pessoal de qualquer pessoa, representa apenas uma parte do que será o nosso salário como empregado/a, funcionário/a, colaborador/a, trabalhador/a.
Dado que passamos quase um terço das nossas vidas no trabalho, compreender a diferença entre esses dois tipos de salários é fundamental para perceber a importância do salário emocional na satisfação e retenção dos profissionais nas empresas e qual o impacto que este tem na Saúde Mental. Num mundo onde o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, o reconhecimento e o desenvolvimento são cada vez mais valorizados, é essencial considerar não só ”os dígitos e os cifrões do ordenado” são importantes, mas também realmente valorizar o que o vai dentro do coração e da mente do trabalhador/a.
O salário emocional é a compensação não económica que complementa os salários monetários. É um termo que se refere aos benefícios não financeiros que os/as empregado/as recebem pelo trabalho realizado. A remuneração emocional desempenha um papel crucial na motivação e retenção de talentos, uma vez que os colaboradores tendem a valorizar tanto os aspetos emocionais do seu trabalho como os financeiros.
Este salário emocional está também intimamente ligado à nossa perceção de pertença e de identificação com empresa / organização, com os seus objetivos, valores e ideais, bem como se acreditamos ou não que “fazemos parte integrante dela e se ela se integra na nossa vida”.
O salário emocional vai muito além dos números impressos num recibo de vencimento ou no saldo bancário. São as vivências do indivíduo no ambiente de trabalho, através de sentimentos de realização, satisfação, pertença, respeito, reconhecimento, ambiente de trabalho positivo, oportunidades de crescimento, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e o sentimento de ser valorizado por colegas e superiores. São claramente recompensas intangíveis que fazem alguém sentir-se bem, pois se o salário monetário atende às necessidades financeiras, o salário emocional atende às necessidades psicológicas, emocionais e de saúde mental do/a colaborador/a, contribuindo para a satisfação geral no trabalho e tem um impacto direto no seu bem-estar.
Porque é então importante ser / estar verdadeiramente feliz no trabalho?
A importância da satisfação dos profissionais nas organizações, tendo como pano de fundo os benefícios dos salários emocionais, é algo que não deve ser subestimado. O salário emocional compreende elementos que moldam a experiência no local de trabalho. O reconhecimento é um desses pilares. Quando os colaboradores e colaboradoras se sentem valorizados e reconhecidos pelas suas contribuições, o seu comprometimento e produtividade aumentam. Elogios sinceros e oportunidades de desenvolvimento proporcionam satisfação, incentivando a retenção de talentos.
Potenciar a participação e a autonomia permite que os colaboradores e colaboradoras tenham voz na tomada de decisões, promovendo a participação e permitindo a autonomia na execução das tarefas. Importa também ter / fornecer regularmente feedback construtivo sobre o desempenho, destacando os seus pontos fortes e áreas de melhoria.
O equilíbrio entre vida profissional e vida pessoal é outro aspeto fundamental. As empresas que equilibram esta difícil dinâmica ajudam os colaboradores e colaboradoras a manter a sua saúde mental e emocional, resultando numa maior produtividade no trabalho e numa pessoa mais saudável.
Além disso, um ambiente de trabalho positivo é um ingrediente chave para a felicidade no trabalho. Quando colegas e superiores promovem respeito, comunicação eficaz entre todos, colaboração e apoio, a satisfação dos colaboradores aumenta, criando um círculo de alta motivação e desempenho. Devemos ter sempre presente que cada indivíduo pode reagir de forma diferente a circunstâncias diversas ou ter experiências diferentes na mesma função. Sabemos que a saúde mental é individual e personalizada, pelo que o nosso caminho para garantir um ambiente de trabalho mais positivo também deve ser analisado a nível individual.
O desenvolvimento profissional também desempenha um papel importante. Oportunidades de formação externa, aquisição e reciclagem de conhecimentos e crescimento pessoal não só fortalecem a satisfação individual, mas também beneficiam a empresa ao aprimorar e especializar as competências de cada um dos seus elementos.
A segurança no trabalho é uma âncora emocional que reduz o stress e a incerteza. Os colaboradores e colaboradoras que se sentem seguros no seu posto de trabalho são mais produtivos e leais, sentindo-se confortáveis em assumir riscos interpessoais, falar sem medo de represálias e partilhar abertamente as suas ideias e preocupações. Esta segurança no trabalho é catalisadora da inovação, criatividade e, em última análise, do sucesso organizacional.
O stress e o Burnout (“esgotamento”), muitas vezes decorrentes de um ambiente de trabalho tóxico, podem levar a uma infinidade de problemas de saúde. Por outro lado, a felicidade no trabalho, impulsionada pela remuneração emocional, beneficia tanto os/as trabalhadores/as como as organizações para as quais trabalham. Trabalhadores felizes são mais motivados, produtivos e respeitadores, promovendo um ambiente de trabalho positivo. Valorizar e investir na remuneração emocional não é apenas benéfico, mas também essencial para o sucesso a longo prazo de qualquer empresa.
A verdadeira riqueza no trabalho vai muito além do dinheiro, reside na realização emocional e no bem-estar de todos os envolvidos!
“Escolhe um trabalho de que gostes,
e não terás de trabalhar nem um dia na tua vida.”
Confúcio
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Pedro Escada
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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Helena Barbosa
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Raquel Costa, presidente da JSD Concelhia de Tarouca