Sé de Viseu alvo de novas intervenções

A Sé de Viseu vai ser alvo de novas intervenções. A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, anunciou esta terça-feira, 25 de março, que a Sé de Viseu vai ser alvo de novas intervenções com o objetivo de “devolver à Sé a sua qualidade arquitetónica e artística”. 

A informação foi divulgada durante uma visita ao Museu Cabido da Sé de Viseu, seguida de uma ida à Galeria Venha a Nós a Boa Morte, que apresenta a exposição Umbra, de Hugo Canoilas, e onde Dalila Rodrigues anunciou que a Mata do Fontelo é monumento nacional.

Em declarações ao Jornal do Centro, a ministra da Cultura explica que estão a ser estudados três aspetos fundamentais para a recuperação e valorização do monumento. O primeiro desses pontos envolve a retirada de um conjunto instalado na Capela Mor que, segundo Dalila Rodrigues, “nunca dialogou com o património que pré-existe aqui” e “sempre foi visto como uma presença muito abusiva, muito intrusiva”, comprometendo a leitura do património existente.

A ministra acrescenta que estão a estudar a criação de uma estrutura simples que “não interfira na leitura e na fruição deste património” e que sirva a celebração dos atos litúrgicos.

Outro aspeto referido foi a musealização dos fragmentos de intervenções realizadas ao longo do século XX no claustro da Sé que, conforme revela a ministra, “vai ser organizada” para permitir uma leitura mais clara e uma “fruição mais total e completa”. A proposta artística em questão está associada aos anos 30 do século XVI.

Dalila Rodrigues destaca ainda a necessidade de uma intervenção na fachada nascente da Sé, onde as caleiras e sistemas de afastamento das águas pluviais, que foram realizados pela Antiga Direção Regional de Cultura, “não respeitam as boas práticas de intervenção em património”, e geram discordância, nomeadamente da parte de Fátima Eusébio, diretora do Tesouro da Sé e do Museu de Arte Sacra. 

A ministra sublinha que “a Sé de Viseu é património nacional, está afeta ao culto e, nesse sentido, estão aqui reunidas as partes interessadas e responsáveis” para garantir a preservação deste legado.

A visita também contou com a presença de João Soalheiro, diretor do Património Cultural do Instituto Público de Lisboa, e Fátima Eusébio, diretora do Tesouro da Sé e Museu de Arte Sacra, que contribuíram para o estudo das intervenções a serem realizadas.