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Subida dos preços dos combustíveis está a afetar empresas de autocarros

 Subida dos preços dos combustíveis está a afetar empresas de autocarros
19.10.21
fotografia: Jornal do Centro
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 Subida dos preços dos combustíveis está a afetar empresas de autocarros
12.09.24
Fotografia: Jornal do Centro
 Subida dos preços dos combustíveis está a afetar empresas de autocarros

O aumento recente dos preços dos combustíveis está já a provocar constrangimentos nas empresas de autocarros que servem a região de Viseu.

Os preços continuam a aumentar, por causa do aumento do preço do petróleo nos mercados internacionais. O aumento praticamente anulou a descida do imposto sobre os produtos petrolíferos que tinha sido anunciada há poucos dias pelo Governo.

A empresa Rodonorte, que serve concelhos como Lamego, está a estudar medidas para atenuar a escalada do preço dos combustíveis como a diminuição de frequências de autocarros ou eliminação de rotas que são deficitárias.

“O impacto é muito grande, principalmente neste ano de 2021. Desde o início do ano tem havido aumentos praticamente todas as semanas, contabiliza já um aumento de cerca de 23%”, afirmou Jorge Santos, administrador do grupo Santos/Rodonorte, no dia em que o preço voltou a subir em alguns postos de abastecimento.

Os preços em algumas bombas de gasolina na região de Viseu atingem hoje um máximo de 1,999 euros por litro, segundo a Direção-Geral da Energia e Geologia.

Em declarações à agência Lusa, Jorge Santos diz que a Rodonorte, com cerca de 300 autocarros a operar principalmente na região Norte, gasta uma média de 3,5 milhões de litros de combustível por ano.

Segundo o responsável, cada cêntimo de aumento do preço do gasóleo representa 35 mil euros a mais de gasto por ano. Mas, a acrescentar aos combustíveis, verificou-se também uma subida dos custos de manutenção, como os óleos, e as próprias viaturas.

Comparativamente com 2019, ano de operação regular antes da crise da pandemia da Covid-19, Jorge Santos aponta uma diminuição da receita da empresa na ordem dos mais de 60 por cento e um aumento dos gastos para “120 a 125%”.

Para enfrentar o aumento da despesa, o responsável explicou que o grupo está a estudar medidas para implementar a curto e médio prazo, que podem passar pela diminuição de algumas frequências dos autocarros ou pela eliminação de rotas, dando como exemplo percursos com quatro frequências que podem passar a ter duas ou em vez de o transporte em alguns percursos deficitários se fazer diariamente passar a ser feito apenas em alguns dias da semana.

“Tem a ver com uma lógica de diminuição de gastos para, de uma forma direta, diminuir o consumo e, assim, controlar este aumento excessivo que tem havido nos combustíveis”, frisou.

Segundo Jorge Santos, algumas medidas dependem essencialmente de uma decisão da empresa, enquanto outras estão a ser concertadas com a associação representativa do setor que reúne este mês.

“Na próxima semana vai haver uma reunião dos associados para perceber o que poderemos fazer para diminuir este problema, mas nós internamente temos uma situação de situações que foram devidamente analisadas e enquadradas e que podem passar pela diminuição de algumas rotas de transporte. Tudo tem a ver com a lógica de diminuição de gastos para poder diminuir o consumo e assim controlar este aumento excessivo que tem havido nos combustíveis”, acrescentou.

Jorge Santos referiu ainda que também vão ser chamadas as autoridades de transporte, “nomeadamente comunidades intermunicipais e municípios”. “No caso de não ser possível proceder a alguns ajustamentos na parte da receita, pelo menos na parte da despesa tentarmos, de certa forma, controlar estes défices que têm sido cada vez mais agravados”, afirmou.

As tarifas são, na maior parte dos serviços prestados pela empresa, definidas pelo Estado e, segundo salientou, a empresa não tem “forma de repercutir, seja no cliente final, ou de outra forma este aumento de custos”. O responsável criticou ainda a carga fiscal nos combustíveis.

Transdev procura soluções. União de Sátão espera por indicações da associação patronal

O Jornal do Centro tentou, junto de outras empresas de transportes de passageiros, perceber o impacto do aumento do preço dos combustíveis.

A Transdev, que serve vários concelhos da região de Viseu, referiu que vai procurar as soluções que “permitam a manutenção da atual oferta de transporte público” tendo em conta a situação dos combustíveis.

“A redução de oferta seria um contributo adicional para a redução do papel da mobilidade dos cidadãos e logo dos objetivos de equidade e sustentabilidade ambientais”, acrescentou a transportadora.

Já a União de Sátão e Aguiar da Beira disse que espera indicações da Associação Nacional de Transportes de Passageiros para perceber que medidas vai aplicar.

Atualmente a viver o período com preços de gasóleo e gasolina mais caros dos últimos três anos, Portugal viu na semana passada, pela primeira vez, o custo de venda ao público de um combustível ultrapassar a barreira dos dois euros por litro.

O aumento dos preços dos combustíveis também já fez levantar preocupações das Subida dos preços dos combustíveis pode causar problemas graves nos bombeiros, alerta Federação do distrito e das

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