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Talento é diferente de Inteligente

 Talento é diferente de Inteligente - Jornal do Centro
11.05.24
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Nos últimos tempos tem-se falado muito sobre talento! Por outro lado, fazem-se muitas perguntas sobre se os governantes são competentes, inteligentes, bons líderes, mas pouco se fala do talento dos políticos. A resposta não é fácil, porque a própria ideia de Talento é uma confusão. Vou tentar explicar!
A minha relação com as inteligências vem de 1972, o meu primeiro emprego foi medir a inteligência dos outros através de testes. Em 1974, quando íamos começar a avaliar o desempenho e compará-lo com os resultados desses testes surge o 25 de Abril, o PREC e a contestação a tudo o que era avaliar e distinguir. Por isso fiquei sem saber se os mais inteligentes eram os melhores no trabalho efetivo? Anos mais tarde percebi que nas avaliações das escolas o chamado QI (Quociente de Inteligência) tinha vencido e feito dos bons alunos os nossos talentos. Em 1978 apareceu Garner, um Prof. de Harvard com as suas sete inteligências múltiplas. Aí podia ser-se inteligente numas e noutras não. Fiquei sempre com muitas dúvidas quanto á correlação entre a medição e a eficácia destas inteligências? Era uma medição prévia e que nada tinha a ver com o desempenho efetivo das pessoas nas suas atividades futuras.
Foi então que tomei contacto com um conjunto de investigações que estavam a ser feitas nos EUA por Daniel Goleman, um homem de Harvard. Começou por dizer que o QI era uma medida insuficiente para se afirmar que as pessoas eram ou não talentos, competentes ou bons líderes. Decidiu fazer o caminho ao contrário! Procurou uma amostra representativa de pessoas que já eram competentes nas suas atividades e verdadeiros talentos na vida prática. Foi nesses que procurou qual a inteligência que suportava tal sucesso? Começou pelo fim! Apoiou-se nas investigações do nosso António Damásio sobre as emoções e chamou á nova inteligência de Inteligência Emocional! A seguir desdobrou essa inteligência num conjunto de competências práticas, aquelas que garantiam tal sucesso e podiam ser observadas. Analisou ainda o peso relativo das Competências Emocionais quando comparadas com as competências técnicas e o QI. Concluiu que essas competências emocionais contribuíam duas vezes mais que o somatório das outras duas para o que chamamos Talento! Porque se deve levar isto a sério, seja na política, nas lideranças ou na vida?
Porque esta inteligência tem a ver com uma relação com nós mesmos, com os outros e com a sociedade. Porque tendo uma forte carga biológica diz o que somos. E quais são as competências observáveis que suportam esta inteligência? Vejamos as mais significativas na política:
– Honestidade Emocional – Significa não se enganar a si próprio, não tomar a mentira por verdade; Feedback Emocional – Garantir que os outros sentem o que lhes queremos dizer; Presença Autêntica – Comunicar com verdade e inspirar confiança; Insatisfação Construtiva – Ser capaz de discordar, dizer o porquê e dar uma solução alternativa; Potencial e Propósito Único – Tomar consciência daquilo em que somos mesmo bons e seguir esse caminho; Compromisso Emocional – Levar as coisas até ao fim; Influência sem Autoridade – Aprender a influenciar e não a mandar; Sentir as Oportunidades – Trazer o futuro para o hoje; Construção do Futuro – Saber que o futuro não é incerto, mas que se começa a construir hoje e todos os dias.
Isto vem a propósito de que na nossa democracia, tais competências deveriam ser uma exigência básica para quem faz política governativa e oposição! Porque com um excesso de intervenção partidária que já ultrapassa os limites da política, as nossas opiniões e a forma como as sentimos já nascem de interesses partidários. Perde-se o pensar e a avaliação critica das situações.
Talvez que o desafio do talento político tenha que ser outro bem diferente: Que não seja este tipo de competição conflituosa; Um outro sentido que não o dos contrários, do preto e branco, do sim e não, da esquerda e direita; Talvez a palavra seja complementaridade, porque é na cooperação que sempre se ganha; Talvez a gente queira conhecer e escolher nominalmente o talento em quem votar; Talvez o modelo de governação e liderança baseado no poder de um grupo já faça pouco sentido!
Quando se fala em estancar a imigração dos jovens e potenciais talentos para o estrangeiro, isso não vai acontecer por decreto, o mal é mais profundo. O que está a acontecer é um desperdício desse potencial talento, a começar na Administração e Instituições Públicas. Os governos têm aí um enorme campo de ação para aprenderem a gerir esse potencial. O problema é que os nossos modelos de governação continuam com uma visão do tempo da Revolução Industrial. Continuam a separar os chefes dos subordinados, os que pensam dos que não pensam e nem são pagos para pensar. Acrescentámos a isso o ser ou não ser do partido no poder e a Dança das Cadeiras! Muito do nosso talento está a ser alvo de discriminações partidárias. A diversidade das ideias, que é a nossa maior riqueza está a ser combatida. No entanto é essa diversidade que fabrica as melhores soluções. Muitos dos nossos jovens saem de Portugal, porque este ambiente os abafa, porque querem viver em países onde as palavras-chave sejam Criatividade, Inovação, Diversidade e Liberdade na expressão das suas ideias! Querem ser avaliados pelo que são e não pelo partido a que pertencem.
O Presidente da C. Geral de Depósitos Paulo Macedo falava recentemente sobre o Talento. Dizia que agora no recrutamento e contratação dos novos colaboradores, o entrevistado era o empregador. É verdade, a escolha já não é só das organizações, o Talento escolhe onde quer trabalhar! O Fórum Económico Mundial diz que as questões ligadas ao Talento são mais importantes que as ligadas ao capital. Em 2015 num estudo mundial em que participei, a gestão do talento era o tópico mais critico em todo o Mundo, exceto na Coreia do Sul. Dizia que a abordagem ao Talento no identificar, atrair, desenvolver e reter eram críticos e que o gerir esse talento tinha sido negligenciado! Talvez a gente ainda confunda o Talento com o Bom Aluno ou o Governante Iluminado…

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