taça socios carregal ofrades
arca
academia sporting viseu
aluguer aluga-se casas
aluga-se
arrendar casa

Tranquilidade, ar puro e vistas apaixonantes. O Baloiço do São Macário, em…

23.05.25

Filmar num restaurante é um desafio delicioso: há vapor nas lentes, comida…

22.05.25

Na encosta da Serra da Arada, no concelho de São Pedro do…

20.05.25
manuel-marques
rio criz tondela poluição
Tondela_CM_Manuel_Veiga 2
arca
vinho_queijo_pao
loendros
Home » Notícias » Diário » Uma casa “feliz” onde a dança é o remédio contra a solidão

Uma casa “feliz” onde a dança é o remédio contra a solidão

pub
 Uma casa “feliz” onde a dança é o remédio contra a solidão - Jornal do Centro
18.02.23
fotografia: Jornal do Centro
partilhar
 Uma casa “feliz” onde a dança é o remédio contra a solidão - Jornal do Centro
18.02.23
Fotografia: Jornal do Centro
pub
 Uma casa “feliz” onde a dança é o remédio contra a solidão - Jornal do Centro

O Centro de Dia da Santa Casa da Misericórdia de Viseu apresenta-se como uma casa “feliz” e felizes também estão as mulheres que, de 15 em 15 dias, dançam naquele espaço em sessões do projeto “A Minha Amiga Beatriz – Companhia dos Avós”, da associação Viseu a Dançar.

Mulheres que, apesar de idosas, sentem-se mais alegres e joviais e que, por isso, não querem passar o dia todo em casa. Entre as mais variadas e criativas instruções, tentam seguir as orientações da instrutora Cátia Cardoso, levando-as a criarem e a improvisarem não só a nível físico, mas também a nível do raciocínio.

Todas as semanas as sessões são diferentes. No início os participantes – que também incluem homens – são questionados sobre o que foi feito nos últimos encontros, numa forma de pô-los a exercitar a sua memória. “Mesmo que a gente não vá buscar exercícios das sessões anteriores, tentamos buscar essa informação para fazer com que as pessoas puxem pela cabeça”, explica Cátia Cardoso.

Depois começa a atividade propriamente dita, primeiro com “movimentos mais tranquilos e calmos”. “Vamos tentando aumentar de intensidade e, no fim, tentamos uma coreografia conjunta em pares ou em grupo”, diz a instrutora.

O objetivo passa eventualmente por conseguir “trabalhar o máximo em grupo”, uma missão que nem é sempre fácil “por causa das dependências e particularidades” de cada participante.

Tudo é feito de forma adaptada em relação a cada pessoa, uma vez que umas conseguem levantar-se e fazer exercícios de pé e outras estão mais dependentes e permanecem sempre sentadas. “Preparamos tudo previamente em termos de exercícios e música. E vamos apercebendo, de aula para aula, o que queremos trabalhar consoante as dificuldades, as dependências e as patologias”, frisa Cátia.

Mas, se é verdade que este projeto tenta combater o envelhecimento e a solidão através da dança, esta é também a história de duas mulheres que se tornaram amigas, apesar da diferença de idades.

Beatriz de Jesus é a idosa que inspirou Cátia nesta iniciativa. Beatriz participa nas sessões do Centro de Dia (onde é utente), tem 85 anos e foi funcionária pública nas Finanças, onde trabalhava “de manhã à noite”. Vizinha de Cátia (que a acompanha nas consultas médicas e noutras tarefas), ainda consegue ser autónoma. Vive sozinha no centro histórico de Viseu.

Já Cátia, de 42 anos, é experiente na área da dança e intérprete no núcleo da companhia Dançando com a Diferença em Viseu. A amizade com a Beatriz foi o motivo que levou à criação deste projeto, que também inclui sessões noutras duas instituições do concelho de Viseu: a Casa do Povo de Cepões e o Centro Social de Bodiosa.

“Os três sítios são diferentes. Aqui (no Centro de Dia da Misericórdia), as pessoas vêm cá passar o dia e depois regressam a casa. Em Cepões, temos os participantes mais dependentes e é o sítio mais desafiante pois temos de sempre adaptar à realidade. E, em Bodiosa, dividimos o grupo em dois porque tínhamos um misto de pessoas bastante dependentes e outras mais autónomas. Por isso, vamos adaptando consoante os participantes e as suas caraterísticas”, explica.

Tudo começou no ano passado, quando Cátia e Beatriz fizeram um vídeo nos claustros da Sé numa “brincadeira” que acabou por correr bem. “Depois decidimos divulgá-lo e houve quem visse e começasse a mandar mensagens a dizer que era tão giro. E vimos realmente que, se isto era engraçado, podemos fazer com mais pessoas”, recorda a primeira.

Assim, para combater a solidão, foi criado o projeto “A Minha Amiga Beatriz”, que conta com o apoio e financiamento da Câmara de Viseu. A Viseu a Dançar mandou a proposta para a autarquia, que aceitou e acompanha a iniciativa através dos serviços de Ação Social. Além das coreografias, as sessões também são marcadas pelas gargalhadas, pela boa animação e pelo convívio.

Beatriz e Cátia revelam o segredo para tal jovialidade. “Puxamos umas às outras. Umas querem e outras não, mas a gente puxa”, diz Beatriz. Já Cátia complementa: “Acho que é a motivação, temos que dar a intenção para que as pessoas queiram fazer as propostas. Temos que ir buscar temas que as façam lembrar o que faziam para, por exemplo, levantar os braços”.

Beatriz não esconde o gosto pelas atividades e que elas têm sido uma grande ajuda no seu dia-a-dia. Também não esconde o seu sentido de humor. “Gosto, mas tenho medo de cair”, diz.

“É bonito. Saio um bocadinho cansada, mas tem que ser assim. Senão não valia a pena estar aqui. Sinto-me mais alegre”, acrescenta. Aliás, a dança já corre nas veias de Beatriz, que sabe das “danças normais” do tempo dela, e também da família.

“Todos tinham um pé na dança. O meu irmão ganhou uma viagem e depois foi para Alemanha, onde havia um baile e ganhou o concurso. E a minha irmã não perdia um arraial. Já os meus tios faziam parte das Tricanas de Vildemoinhos, que eram dirigidas pelo Almeida Moreira, e quando iam a Lisboa ganhavam sempre o prémio”, lembra.

Beatriz e Cátia encaram a amizade como especial. Enquanto decorria a entrevista, as duas não deixavam de pôr a conversa em dia e manter a cumplicidade que sempre tiveram. “Somos amigas íntimas do coração. É o melhor que pode ser”, afirma Beatriz.

Cátia fala também de uma “relação de amigas”. “Eu vou à casa de Beatriz e ela vai à minha, a gente ajuda-se no que pode, falamos muito ao telefone à noite e ligamos de vez em quando para ver se está tudo bem. E vamos ajudando assim mutuamente”, conta.

Uma amizade tão forte que acabou por dar origem a um projeto que decorre, para já, até junho nas três instituições visadas. E os idosos agradecem. “As pessoas já nos perguntam quando é que voltamos. Ficam distraídas, fazem coisas diferentes e também são muito agradecidas. Quando saímos, elas dizem obrigado”, conclui Cátia.

pub
 Uma casa “feliz” onde a dança é o remédio contra a solidão - Jornal do Centro

Outras notícias

pub
 Uma casa “feliz” onde a dança é o remédio contra a solidão - Jornal do Centro

Notícias relacionadas

Procurar