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Miguel Carvalho Gomes
O envelhecimento da população pode ser uma oportunidade para repensarmos o papel dos seniores na região que ajudaram a construir e que melhor conhecem. Em Viseu, devemos ambicionar um poder local que cuide, promova a participação e dignifique a nossa comunidade, em especial os idosos e os mais desprotegidos, contribuindo para uma sociedade baseada na liberdade, justiça e solidariedade.
Agir sobre este tema exige uma abordagem interdisciplinar e centrada nas pessoas, especialmente nas que enfrentam carências económicas. Não se trata apenas de uma opção política, mas de uma necessidade, perante as limitações dos sistemas de segurança social e a escassez de alternativas institucionais.
Neste domínio, é inegável a relevância dos poderes políticos de proximidade, como as Juntas de Freguesia e os Municípios. Em Viseu, existem atualmente alguns programas que procuram cumprir esse desígnio. Destaca-se, com grande aparato, a excursão anual de seniores à Quinta da Malafaia, em Esposende, que proporciona uma experiência típica dos arraiais minhotos. Seria pertinente conhecer o planeamento por detrás dessa iniciativa, o seu orçamento e aferir se corresponde, de facto, aos interesses do público-alvo. Será adequado que esta atividade reincida sempre no mesmo destino e formato?
A acessibilidade, segurança e conforto são elementos essenciais para qualquer território que pretenda ter um espaço público vivido por todas as gerações. É necessário monitorizar, identificar e atuar sobre as exigências que um espaço público digno impõe. Em Viseu, é preciso um Município que promova um debate sério e alargado, que vá do urbanismo à ação social, e que o materialize numa estratégia concreta para o envelhecimento digno, com base nos recursos disponíveis na região.
Importa também perceber se existem meios e práticas eficazes para concretizar estas prioridades. Refiro-me não só ao orçamento, mas, sobretudo, ao quadro de pessoal dos serviços da Câmara Municipal. Atualmente, existe alegadamente um número significativo de técnicos a trabalhar com vínculos precários, sob a forma de prestação de serviços, através de entidades que mantêm protocolos com o Município. A confirmar-se, trata-se de uma prática condenável e retrógrada, de carreiras a recibos verdes que se julgavam ultrapassadas. Esta realidade deve ser questionada e combatida, em nome da estabilidade profissional e de carreiras dignas para quem presta serviços essenciais. Será esta a melhor forma de garantir a qualidade das respostas sociais e valorizar os profissionais que as asseguram?
Devemos dinamizar a comunidade com o objetivo de viver o território, fomentar a interação social e partilhar tradições. Esta ambição exige uma equipa eficaz e motivada, capaz de agregar sinergias com as várias organizações locais. Um planeamento que sirva as pessoas acima de qualquer outro interesse deve assentar numa base sólida e participativa, com técnicos inseridos em quadros estáveis, capazes de atuar com a continuidade e isenção que as atividades exigem, livres da vulnerabilidade imposta pela precariedade.
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Elizabeth Real - Vice-reitora da Universidade Portucalense
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Miguel Carvalho Gomes
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José Carreira
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Alfredo Simões
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Joaquim Alexandre Rodrigues