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Neste episódio de A Comer é que a Gente se Entende aprenda…
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por
Joaquim Alexandre Rodrigues
O ciclo político iniciado em 2 de Abril do ano passado não estava a correr mal: o governo minoritário da AD teve um desempenho razoável (com excepção na saúde) e a oposição maioritária também foi metendo uns golos — o maior de todos, sem sombra de dúvida, foi a eliminação das portagens nas SCUT do interior. Além disso, as malas roubadas no Chega e os despedimentos de mães a amamentar bebés no Bloco de Esquerda fizeram com que esses dois partidos populistas estivessem a perder força política.
As águas estiveram calmas até surgir a tempestade das espinhosices e das avenças do primeiro-ministro e termos de ir a votos por determinação e acto de vontade de uma, e só uma, pessoa: Luís Montenegro.
Seguem-se cinco notas sobre legislativas em geral e as do próximo domingo em particular:
(i) Mesmo tendo havido 314.859 pessoas a votarem no domingo passado, sem que para elas tenha havido um sábado de “reflexão”, mesmo assim esta coluna cumpre a lei e antecipa a sua saída para esta sexta-feira.
(ii) O nosso sistema eleitoral precisa, pelo menos, de três melhoramentos:
— diminuição dos prazos eleitorais de maneira que, entre a queda de um governo e a tomada de posse do seguinte, passem a ser precisas duas ou três semanas e não meses e meses e meses como agora;
— um círculo nacional para recuperar os votos não usados na eleição dos deputados dos círculos distritais; nas legislativas de 2024 houve 761 mil votos desperdiçados;
— votos em pessoas e não em listas cozinhadas pelos chefes partidários; o deputado tem que prestar contas a quem o elegeu e não a quem tem o poder de o pôr na lista.
(iii) A acreditar no que indicam as sondagens:
— vamos ter uma subida da AD (o “avença mas faz” não prejudicou muito o “Luís”, embora a exibição descarada na campanha eleitoral da sua família, isto é, dos sucessivos sócios gerentes da Spinumviva, pareça ter interrompido o trambolhão do Chega);
— vamos ter uma queda do PS (os jovens turcos que saíram dos gabinetes de António Costa na câmara alfacinha para os gabinetes de António Costa no governo não parecem capazes de grandes voos).
(iv) Duas dúvidas a desfazer, mais para o fim da noite eleitoral, na contagem dos últimos votos:
— Vamos ter o primeiro deputado regional no parlamento nacional?
No caso, o madeirense Filipe de Sousa, cabeça de lista do JPP.
— Vamos ter a primeira deputada bolsonarista no parlamento português?
No caso, Joana Amaral Dias, do ADN, que durante a campanha foi ao beija-mão ao pastor Jorge Tadeu, para, como ela disse, “partilha de valores cristãos — pela família, pelas crianças e pela verdade”.
(v) Para encerrar, fica a informação útil do costume: para além de eleger (ou não) um deputado, este ano cada eleitor entrega €3,77 ao partido em que puser a cruzinha.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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