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Alunos da secundária Viriato em Viseu ‘estudam’ bairros sociais e alertam para preconceitos

Projeto levou alunos da turma do 12º D a entrevistar alunos com o objetivo de perceber o que pensam sobre bairros sociais, assim como moradores do bairro. Conclusões e propostas foram conhecidas numa sessão pública

 Alunos da secundária Viriato em Viseu ‘estudam’ bairros sociais e alertam para preconceitos - Jornal do Centro
09.06.25
micaela.costa@jcentro.pt
fotografia: Jornal do Centro
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 Alunos da secundária Viriato em Viseu ‘estudam’ bairros sociais e alertam para preconceitos - Jornal do Centro
09.06.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Alunos da secundária Viriato em Viseu ‘estudam’ bairros sociais e alertam para preconceitos - Jornal do Centro

A resposta à pergunta “o que é que os jovens pensam sobre os bairros sociais?” foi o mote para um trabalho que levou os alunos da Escola Secundária Viriato até ao Bairro da Balsa, em Viseu. O projeto, realizado em cerca de um mês, consistiu em entrevistas aos alunos da escola e a alguns moradores do bairro. Esta quinta-feira (5 de junho), as conclusões e as propostas foram conhecidas numa apresentação pública no polivalente da escola.

“Este trabalho é sempre preciso para desconstruir alguns estereótipos e preconceitos que temos. E se isto fosse aplicado em todas as turmas, em todas as escolas e tivessem um projeto de intervenção, não digo só sobre este tema, mas outros temas, era bastante interessante e isso promove a cidadania ativa”, começou por explicar ao Jornal do Centro, André Rodrigues, um dos 24 alunos do 12ºD.

Um dos grandes objetivos do trabalho foi perceber de onde vêm os estigmas e preconceitos relacionados com os bairros sociais e os seus moradores. A maioria dos alunos afirmou que estas ideias vêm das redes sociais, do que veem na comunicação social e da sociedade.

A grande maioria disse ainda que os bairros sociais têm um papel importante, garantido habitação digna e acessível, mas também admitiram que a ideia que têm é que são locais perigosos e frequentemente associados a problemas sociais e de segurança.

Para André Rodrigues, é preciso desmistificar estes preconceitos e esse trabalho deve começar “em cada um de nós” e também na escola.

“A nossa intervenção passa por fazermos um pouco no nosso dia a dia. E se construirmos a cada escadinha que formos subindo, criando laços e tirando estes estereótipos que temos em nós próprios, conseguimos uma sociedade mais justa e melhor”, sustentou.

Sobre o trabalho no terreno, André Rodrigues elogiou todos os alunos que participaram no projeto e deixou uma palavra de agradecimento aos moradores e associações do bairro.

“Fomos sempre muito bem recebidos pelas organizações que fomos passando e entrevistando e, de certa forma, sentimos um contacto mais próximo com aquelas associações e aquela comunidade e, no final, conseguimos construir alguns laços”, recordou.

Já quanto a opiniões recolhidas junto dos moradores e associações, foram mencionadas as habitações degradadas, a falta de apoio alimentar, a desmotivação juvenil, a pouca presença institucional e os sentimentos de exclusão.

Como propostas, os estudantes apontaram a necessidade de requalificação das habitações, criação de programa de apoio alimentar, potenciar o envolvimento e a motivação dos jovens e a promoção de campanhas de sensibilização e cidadania.

O aluno referiu ainda que é preciso que os jovens e a comunidade “procurem informação” e não se limitem ao que veem nas redes sociais.

“Hoje em dia temos um problema, as pessoas baseiam-se naquilo que ouvem nas redes sociais e não vão à procura de mais informações, nem procuram em determinado contexto social como tudo funciona, se é a realidade. E quando começamos a ver o que é real, conseguimos ter outra perceção daquilo que nos parecia evidente”, referiu.

E se quando foram desafiados pela professora de psicologia para trabalharem os bairros sociais, os alunos acharam ser uma tarefa impossível, concluído o projeto a satisfação não poderia ser maior.

“Acho que a escola deve ter aqui um papel importante nesta intervenção e a escola deve ser o palco da desconstrução destes estereótipos e preconceitos. E acho que durante este tempo todo, nós e os nossos professores, e principalmente esta escola, fomos conseguindo atingir os objetivos da cidadania e promoveu-nos, de certa forma, um pensamento crítico. E isto é resultado de um produto final de muitos anos, que conseguimos construir com base nas aprendizagens que fomos fazendo”, disse.

Já a professora e diretora de turma salientou a necessidade de abordar temas como o dos bairros sociais. “O tema é mais que atual. Tudo aquilo que ele envolve e que aqui foi retratado durante a apresentação é uma preocupação muito genuína que eu creio que é comum a muitos e muitos portugueses”, frisou.

Filomena Pires reforçou que estes jovens são o futuro e têm que o ser “já”. “São alunos das Ciências Humanas e Sociais e, portanto, são guardiãs da humanidade. Têm que o ser o futuro já, têm que perceber a responsabilidade que é ter esta formação das Ciências Sociais tão desvalorizada na cultura dominante e a importância que tudo isto tem na defesa da humanidade. É mesmo disto que estamos a falar”, sublinhou.

Para a docente, a escolha do tema acaba por ser “um caminho de humanização dos próprios alunos”. “Tudo isso foi conseguido, com ganhos, inclusivamente, no que diz respeito às relações pessoais na turma. Toda a turma trabalhou para um mesmo objetivo, que inicialmente eles não queriam, cada um queria tratar o seu tema e acabaram a trabalhar em conjunto. E alguns inicialmente não acreditavam que isto fosse possível porque o tempo era muito pouco, estão a chegar os exames nacionais, mas o produto final mostrou que quando se quer, consegue-se”, descreveu.

Sobre o papel da escola, Filomena Pires lembrou a importância do mesmo, nomeadamente na “construção do ser humano”, apesar de não esconder os desafios diários.

“A dificuldade, por vezes, é sabermos como conseguimos tocar a sensibilidade dos jovens e como é que conseguimos fazer a ponte entre os conteúdos e a realidade que os educa. Nem sempre somos felizes, mas penso que aqui fomos”, finalizou.

A sessão pública para todos os alunos da escola – uma escolha dos estudantes que participaram no projeto – pretendeu partilhar informação para que “todos possam autorrefletir sobre os seus preconceitos.

 Alunos da secundária Viriato em Viseu ‘estudam’ bairros sociais e alertam para preconceitos - Jornal do Centro

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