WhatsApp Image 2025-08-22 at 115710
queimado fogo
ivo cd tondela
herdade santiago
quartos apartamentos imobiliário viseu foto jc
arrendar casa

No coração do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, há…

21.08.25

Reza a lenda que foi um árabe, há mais de mil anos,…

14.08.25

Seguimos caminho por Guimarães, berço de Portugal e guardiã de memórias antigas….

07.08.25
CDS-PP
candidatura ps
Foto Candidatura IL
miss teen
praia da carriça
herdade santiago
Home » Notícias » Colunistas » “Enquanto Roma arde, Nero toca lira”

“Enquanto Roma arde, Nero toca lira”

 “Enquanto Roma arde, Nero toca lira” - Jornal do Centro
22.08.25
partilhar
 “Enquanto Roma arde, Nero toca lira” - Jornal do Centro

por
Luís Cabral

Aos 19 dias do mês de agosto de 2025, já 2.35% do território português foi dizimado pela epidemia que assola todos os verões deste retângulo à beira-mar plantado e a culpa é de todos.

Para a oposição, a culpa é do governo, que não sabe gerir nada nem ninguém e que não aprende com os erros dos seus antecessores. Para o governo, a culpa é da comunicação social que expõe os incêndios como se de um jogo de futebol se tratasse, empunhando mais depressa um microfone que uma mangueira. Para os especialistas, a culpa é do aquecimento global acoplado à falta de limpeza das matas e florestas que criam o clima ideal para a proliferação do inferno. E para quem sofre? De quem será?

Decerto não será do jornalista que acha boa ideia perguntar no meio da azáfama decorrente do entra e sai de baldes de água se as pessoas têm medo de perder o trabalho de uma vida ou das régies que oscilam constantemente entre o incêndio de Arganil e o da Pampilhosa, não vá o espetador perder aquela flama característica que já nem um movimento de giesta apaga.

Não será também do poder local, que mais depressa corta fitas de inauguração que silvas numa floresta e que se surpreende quando uma mata com mais caruma que pinheiros é inevitavelmente engolida pelo calor da chama intensa.

Também não poderá ser do governo, que seja laranja ou cor-de-rosa encontra no azul-marinho um contraste ao verde queimado que, por uma razão, ou por outra, é mais apelativo para passar agosto.

Duvido que seja dos políticos que mais depressa vão ao interior pedir a dízima que dar a hóstia e que não veem em Viseu, Guarda ou Vila Real nada mais que 16 assentos parlamentares nas próximas legislativas.

Serão também inocentes os poderosos que, nascendo por entre as silvas e giestas do interior do país, passam a A1 ou a IP3 e se esquecem por completo das terras que os viram nascer na hora de votar portagens ou promover o “Portugal rural”

.Não… Deve ser do povo. Do povo que, completamente asfixiado pelo fumo da centralização, reencaminha os seus filhos para a área metropolitana mais próxima em busca de uma vida melhor que desesperadamente merecem. Do povo que, com vergonha entre os dentes, continua a dizer subservientementeque Portugal está entre a Arcada e S. Bento.

Uma coisa é certa… Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar… Agora resta saber que povo é esse.

 “Enquanto Roma arde, Nero toca lira” - Jornal do Centro

Jornal do Centro

pub
 “Enquanto Roma arde, Nero toca lira” - Jornal do Centro

Colunistas

Procurar