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O músico angolano Victor Gama está em destaque na abertura do 31.º CineEco – Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela, que decorre de sexta-feira até dia 18, em Seia, no distrito da Guarda.
Victor Gama apresenta-se em concerto no Cineteatro de Seia com o projeto “tectonik.Tombwa”, que dá continuidade à investigação interrompida do antropólogo angolano Augusto Zita N’Gonguenho.
O espetáculo, que funde polirritmia africana, eletrónica e composição contemporânea, já foi apresentado em salas como o Carnegie Hall, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, ou a Philharmonie Luxembourg, no Luxemburgo, e é uma das atrações no arranque do único festival de cinema em Portugal dedicado ao ambiente.
A obra de Victor Gama, que é também criador de instrumentos, está depois em foco no primeiro filme a exibir pelo CineEco. Em “Linha e água”, Rui Simões aborda o trabalho e o percurso do músico, num documentário que integra a secção competitiva de longas-metragens em língua portuguesa.
O primeiro dia do CineEco arranca pela manhã, com o Mercado de Filmes, que promove o encontro entre produtores, realizadores e estudantes da Escola Superior de Media Artes e Design, do Porto, Universidade da Beira Interior e Universidade Lusófona.
A fechar o dia inicial, às 00:00 é exibido “Sirât”, de Oliver Laxe, Prémio do Júri no Festival de Cannes 2025 e candidato aos Óscares 2026 na categoria de Melhor Filme Internacional.
Este ano serão projetados 81 filmes de 31 países, uma seleção que a organização considera ser “um mosaico cinematográfico rico e diversificado sobre os desafios ambientais contemporâneos”.
Entre as longas-metragens estrangeiras escolhidas, está um conjunto de dez obras em estreia absoluta em Portugal, nas quais o fator humano é sempre determinante na investigação, observação ou vivência de uma dimensão da crise climática.
Já nas longas-metragens em língua portuguesa destaca-se a estreia nacional do documentário brasileiro “Tesouro Nattterer”, de Renato Barbieri.
Este ano, o CineEco inclui pela primeira vez uma nova categoria na competição para curtas-metragens de ficção, não ficção e animação, na qual concorrem 13 filmes de 12 países.
Há ainda uma secção competitiva panorama regional, dedicada a filmes com narrativas centradas no território e na Serra da Estrela.
Em paralelo ao cinema, o programa inclui atividades culturais, de sensibilização e de diálogo intergeracional sobre ambiente.
São disso exemplo as quatro exposições repartidas pela Casa Municipal da Cultura de Seia e Centro de Interpretação da Serra da Estrela.
“O espírito da montanha: Somos o vento que assobia por entre as árvores”, em que se projeta a montanha como ser vivo através das artes plásticas; “Ciclo da vida das imagens”, sobre as macroalgas enquanto objetivo de estudo e suporte criativo; os nove filmes de “Videoarte”; e a exposição de cartazes que contam a história de 30 anos do CineEco.
Até ao final do CineEco haverá ainda o ‘curtinhas’ para os mais pequenos, apresentação de livros, oficinas de cinema para todas as idades, ‘workshops’ e sessões de cinema em debate e cinema clássico.
No epílogo desta 31.ª edição, a Quorum Dance Company leva ao Cineteatro de Seia “Storm”, criação original do maestro e compositor Armando Mota, com coreografia de Daniel Cardoso.
A aquecimento global e a subida do nível do mar, em especial o futuro das ilhas da Culatra e Armona, no Algarve, são o mote para o espetáculo que marca o fim deste CineEco.
O Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela é um dos mais antigos do mundo dedicados à temática, realizando-se anualmente, em outubro e de forma ininterrupta, desde 1995, por iniciativa do município de Seia.