A nova presidente da Câmara de Santa Comba Dão, Inês Matos (PSD/IL), prometeu usar a verdade e o diálogo na gestão do município e pediu confiança, paciência e ajuda dos munícipes.
“Não estaria a ser honesta com o eleitorado que, apesar de reconhecer a frontalidade com que abordo os assuntos – o nem sempre agrada -, saber que o faço, porque prefiro correr o risco de ser realista do que cair na graça da mentira, que serve apenas para alimentar expectativas que caem por terra com um simples sopro”, afirmou Inês Matos.
No discurso de tomada de posse dos novos órgãos autárquicos para o mandato 2025-2029, a presidente eleita pela coligação do e PSD e Iniciativa Liberal anunciou que, a partir de hoje, já não é da coligação. mas “a presidente de todos os santa-combadenses”.
“Assim estarei, perante cada um de vós, com verdade, usando da máxima honestidade, aquando da análise do problema, de ponderação da solução e do ‘timing’ à sua resolução. Saberei dizer ‘não’ sempre que entender que essa deve ser a resposta, mas ninguém me vera dizer ‘não’ por razões de estratégia partidária” ou “porque me apetece”, garantiu.
O interesse pelo concelho de Santa Comba Dão “estará sempre acima de qualquer outro. Só não podemos esquecer nunca a nossa realidade, quando dirigimos um pedido à Câmara Municipal”, alertou. “Queremos trabalhar com todos e para todos”.
Assumiu um “discurso mais pessoal que político” no auditório da Casa da Cultura (300 lugares) que foi pequeno para todos quantos quiseram assistir à cerimónia.
Inês Matos começou por revelar que era neta por afinidade da primeira mulher presidente da Câmara Municipal de Coimbra, Maria Judite Pinto Mendes de Abreu, para destacar o papel da mulher na sociedade e na política, prometendo honrar o legado.
Palavras que alargou à vereadora da oposição, Catarina Costa, que se candidatou pelo PS, numa eleição que, “pela primeira vez, em Santa Comba Dão, contou com duas mulheres a encabeçar duas listas” à presidência.
“Sei bem qual é o meu papel. Os santa-combadenses querem que exerça as funções de liderança, as funções de presidente. Não me permitirão que me furte a tais responsabilidades, mas sabem também que terei de exercer tais funções com humildade. A humildade de quem não obteve a maioria absoluta dos votos e que permitiria ter uma gestão mais tranquila”, disse.
Uma gestão que “tinha de ser assim”, até porque “uma gestão mais tranquila poderia significar também uma gestão mais relaxada e isso é algo que não pode acontecer”.
“Santa Comba Dão precisa de ação, de muito trabalho e só com muito foco, esforço e dedicação é que conseguiremos alcançar os objetivos a que nos propusemos. Desistir diante das dificuldades não será nunca solução”, defendeu, prometendo lutar pelo concelho junto dos decisores políticos.
A sessão contou com a presença do presidente da Câmara cessante, Leonel Gouveia (PS), secretário de Estado das Florestas, Rui Ladeira (PSD) e autarcas vizinhos, como os Tondela e Carregal do Sal.
Santa Comba Dão foi uma das câmaras do distrito de Viseu que mudou de cor partidária nestas eleições autárquicas. Além da capital do distrito, também Penedono, Resende, Tabuaço e São João da Pesqueira mudam de maioria partidária (neste último município mantém-se, no entanto, o mesmo presidente).
A Câmara de Santa Comba Dão é liderada a partir de hoje por Inês Matos e conta ainda com os vereadores Luís Miguel Nunes e António José Escada, eleitos pela coligação PSD/IL, com 2.561 votos (39,68%).
A oposição, que também hoje marcou presença, é composta por Catarina Costa, que encabeçou a lista pelo PS e os vereadores David Ferreira e Rodrigo Coimbra, conquistando, em 12 de outubro, 2.349 votos (36,40%).
A oposição conta ainda com Luís Miguel Sousa, único eleito pelo movimento Santa Comba Mais, que obteve 966 votos (14,97%), em eleições que votaram 6.454 pessoas (63,79%) dos 10.118 inscritos.
