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A arte de fazer “deals”

 A arte de fazer “deals” - Jornal do Centro
03.05.25
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 A arte de fazer “deals” - Jornal do Centro

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

No dia 17 de Junho de 2015, Donald Trump reuniu uma multidão no átrio da sua Trump Tower, em Nova York, e anunciou que se ia candidatar à presidência dos Estados Unidos. No meio do seu discurso cheio de gabarolices bradou: “precisamos de um líder que tenha escrito ‘A Arte da Negociação’”.
Ao ouvir aquela galga, deu um repente a Tony Schwartz, o verdadeiro autor do livro. Impulsivo, pôs os dedos num teclado e tuitou: “Muito obrigado, Donald Trump, por sugerir para que eu concorra à presidência, baseado no facto de ter sido eu que escrevi ‘A Arte da Negociação’”.

De facto, na capa figuram dois nomes, Donald J. Trump e Tony Schwartz, mas foi este quem o escreveu de fio a pavio. Tony contou o processo de fabrico da obra à The New Yorker. Passou mais de um ano e meio a fazer perguntas a Trump, a impacientar-se com a incapacidade de focagem e défice de atenção da criatura, a passar com ele chatíssimos fins-de semanas, a ouvir-lhe telefonemas a fazer “deals”. Ficou a conhecê-lo muito bem. O livro, editado em 1987, foi um best-seller, vendeu mais de um milhão de exemplares, e ajudou a criar a ideia junto do grande público de Trump-empresário-de-sucesso.
O liberal Tony Schwartz está arrependido por, com aquela publicação, ter ajudado a criar “um buraco negro vivo”. Lamenta-se nestes termos: “pus batom num porco”.

Por maior que seja a minha dedicação aos leitores desta coluna, e ela é muita, não me peçam para ler “A Arte da Negociação”. 
Como não vou ter que negociar nada com o homem, dispenso-me desse tédio e fico-me pela síntese de João Pereira Coutinho publicada, em 10 de Fevereiro, no Folha de S. Paulo: “no início” de uma “negociação”, Donald põe sempre “sobre a mesa exigências desmesuradas, a um pequeno passo do delírio ou da extorsão”, “quanto mais delirantes” elas forem “maior será a possibilidade de um acordo realista” porque “perante a hipótese de ficar sem os dois braços, o adversário até aceita perder só um”. Donald faz questão de “nunca mostrar verdadeiro interesse no negócio” e, em “tom blasé”, costuma propor “as maiores inanidades” e “mostrar imprevisibilidade” através de “exigências de última hora” de maneira que “o outro lado”, já desgastado, acabe por tolerar melhor as perdas.
Como é evidente, este livro já foi passado a pente fino pelas equipas políticas de todos os líderes mundiais. Volodymyr Zelensky, apesar de estar numa posição muito difícil, parece ter conseguido manter os dois braços no “deal” das terras raras assinado esta semana e Xi Jinping parece, pelo menos para já, também não se estar a dar nada mal.

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