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A Associação Portuguesa para as Perturbações de Desenvolvimento e Autismo de Viseu já não consegue dar resposta a todos os pedidos de auxílio que regista. A organização acompanha 324 famílias e tem 84 em lista de espera e são cada vez mais as pessoas que batem à porta da instituição.
Prazeres Domingues, diretora técnica da APPDA Viseu, diz que, das duas uma, “ou a comunidade começa a abordar de outra maneira esta questão ou, proximamente, vamos ter um problema grave porque a APPDA não consegue mesmo dar resposta a todos os pedidos que tem neste momento”.
Na véspera do Dia Mundial da Consciencialização para o Autismo, em declarações ao Jornal do Centro, Prazeres Domingues diz que a APPDA já chega a receber “três a quatro pedidos por dia”. A diretora considera que a intervenção precoce “pode fazer toda a diferença porque é importante que se conseguisse começar a intervenção o mais cedo possível”.
“Há também falta de técnicos capacitados e informados para começarem com a intervenção, mas não há capacidade para isso. Por isso, é importante que quem de direito comece a olhar para esta população”, apela.
A Segurança Social só apoia 15 famílias, mas os privados já ajudam mais do dobro: 38. Além disso, os diagnósticos de autismo estão a aumentar. Para Prazeres Domingues, isso deve-se a uma “melhor informação e sensibilização”, adiantando que a associação passou a receber crianças com apenas um ano “porque os pedopsiquiatras têm um melhor conhecimento e sensibilização e, quando têm suspeitas, mesmo sem fechar o diagnóstico, encaminham as crianças para intervenção”.
“Por outro lado, deve haver alguma coisa ambiental que está a despoletar o aparecimento destes casos. Em Portugal, não há estatísticas nem levantamentos concretos, mas, a nível mundial, os números disparam”, acrescenta.
Este sábado (2 de abril), assinala-se o Dia Mundial da Consciencialização para o Autismo. As celebrações estiveram suspensas nos últimos dois anos, por causa da pandemia, e desconfiam agora. A diretora técnica da APPDA Viseu refere que os festejos têm ocorrido “todos os anos no Rossio”.
“Vamos voltar a estar lá, não com a força que gostaríamos porque ainda estamos em pandemia e também porque a guerra não nos dá aquela alegria que devíamos dar. De qualquer modo, vamos reunir as nossas famílias, parceiros e amigos e vamos apelar e tentar sensibilizar a comunidade”, frisa.
Prazeres Domingues acrescenta que, este ano, a efeméride será assinalada com uma campanha lançada pela Autism Europe, apelando à neurodiversidade e à inclusão de todos os tipos de autismo.
A iniciativa está marcada para começar às 14h30 no Rossio, com insufláveis, animação e concertos do grupo BuéAnimados e do Grupo de Cavaquinhos da Associação Cultural e Recreativa Passilgueirense, de Passos de Silgueiros.
O que é o autismo?
O autismo é uma condição neurológica de desenvolvimento, presente desde a infância e de caráter permanente, decorrente de alterações no desenvolvimento e na maturação do sistema nervoso central, e o diagnóstico correto é da perturbação do espectro do autismo. O diagnóstico de síndrome de Asperger deixou de existir a partir deste ano, deixando de ser considerada como uma entidade independente.
Entre os traços típicos, estão a dificuldade em iniciar uma conversa com outras pessoas, manter o fluxo de conversa, partilhar interesses e interagir socialmente e a dificuldade em entender, descodificar e replicar a linguagem corporal, o contacto visual, a expressão facial e os gestos.
Os autistas também têm dificuldades em desenvolver, manter e compreender relacionamentos, além da insistência em manter rotinas, do foco em interesses específicos e da baixa ou elevada reatividade a estímulos sensoriais como o som, luz, toque, paladar ou dor, entre outros traços.