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“Blackface” de Marco Mendonça no Viriato para explorar limites do que é ofensivo fazer em palco

Espetáculo-performance expõe formas racistas de representação, esta noite, no Teatro Viriato

 “Blackface” de Marco Mendonça no Viriato para explorar limites do que é ofensivo fazer em palco - Jornal do Centro
27.09.24
fotografia: Teatro Viriato
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 “Blackface” de Marco Mendonça no Viriato para explorar limites do que é ofensivo fazer em palco - Jornal do Centro
27.09.24
Fotografia: Teatro Viriato
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 “Blackface” de Marco Mendonça no Viriato para explorar limites do que é ofensivo fazer em palco - Jornal do Centro

Explorar os limites do que é ofensivo fazer em palco traduz “Blackface”, de Marco Mendonça, espetáculo em cena esta sexta-feira (27 de setembro) no Teatro Viriato, em Viseu, que usa a técnica para expor formas racistas de representação.

Ao mesmo tempo, “Blackface” é também “um objeto de entretenimento”, que procura “pôr as pessoas a rir, mesmo com um tema extremamente sério e importante”, num alerta à facilidade com que “todos podemos cair numa ignorância coletiva”, disse à Lusa o seu autor.

“Blackface” ou “Cara negra”, em tradução literal, é um espetáculo-performance sobre a prática com o mesmo nome, que começou a ser usada por brancos, no século XIX, para representar pessoas negras escravizadas, pintando a cara, disse à agència Lusa o ator e encenador, que concebeu a atuação.

A técnica terá “surgido nos Estados Unidos ainda durante o período de escravatura”. A partir do uso da rolha queimada, tinta ou graxa, os brancos pintavam a cara para representar “pessoas negras em contextos de opressão”, observou.

Através daquela técnica, os negros eram sempre representados como “caricaturas, como corpos cómicos, como pessoas imitáveis e risíveis”, frisou.

O espetáculo retoma, pois, o uso dessa técnica, que ainda é utilizada, e tenta “explorar os limites do que é ofensivo para ser feito em cima do palco”, trazendo também um “bocadinho dessa temática para o contexto português”, “quer em termos culturais, quer em termos de entretenimento de massas”, observou.

Ainda “bastante utilizado nos dias de hoje, mais do que aquilo que se possa pensar”, a técnica de pintar a cara para representar pessoas negras continua a ser utilizada quer em programas de televisão, quer em práticas sociais, observou o ator nascido em Moçambique em 1995, e a viver em Lisboa desde 2007.

“Mesmo que seja em jeito de homenagem” continuam a ser “muito recorrentes as formas racistas de representação de corpos negros”, argumentou Março Mendonça, citando a propósito o “Baile dos pretos”, uma tradição existente em Penafiel que só foi “descontinuada” em 2019.

“E porque houve uma grande revolta e um grande sentido de justiça apontado por pessoas que estavam atentas a esse problema, e que fizeram com que depois de muitos avisos e recomendações, o presidente da Câmara de Penafiel acabasse com essa tradição”, indicou.

O uso da técnica ‘blackface’ em práticas de Carnaval ou de Halloween também se mantém.

Face aos diversos eventos em que a técnica foi usada para “retratar os negros como membros inferiores da sociedade”, o ator-performer questiona ainda em palco se “será possível pensar que não há racismo em Portugal”.

“Blackface” é um espetáculo que “pretende ser, acima de tudo, um objeto de entretenimento”, assegurou o ator.

“Antes de ser um objeto de pedagogia ou o que quer que lhe queiramos chamar, é um objeto de entretenimento em que se pretendo fazer rir as pessoas mesmo que seja com um tema extremamente sério e importante”, sublinhou, assegurando fazê-lo desta forma, “à semelhança de como a técnica surgiu”.

O ‘blackface’ surgiu “como uma forma de gozo de pessoas brancas perante pessoas negras e eu tento inverter um bocadinho os papéis no espectáculo”, não sendo este “de julgamento nem de vilanização das pessoas brancas”.

“Não estou no espectáculo a dizer que as pessoas negras são boazinhas e as pessoas brancas são mazinhas, estou simplesmente a dizer que facilmente todos caímos numa ignorância coletiva e se as coisas não forem debatidas, essa ignorância continua e permanece durante várias gerações”, frisou.

O que se pretende neste momento “é que o espaço possa ser de cada vez mais discussões e que essas discussões ajudem a um sistema seja ele político, cultural, artístico, [que seja] mais plural e igualitário”, concluiu.

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 “Blackface” de Marco Mendonça no Viriato para explorar limites do que é ofensivo fazer em palco - Jornal do Centro

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