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O Centro de Estudos Vitivinícolas (CEV) do Dão, em Nelas, vai ser requalificado com um milhão de euros (ME), numa obra que deverá estar pronta em 2026, anunciou esta quinta-feira o ministro da Agricultura e Pescas.
“Há aqui cerca de 1 ME que será utilizado atempadamente, e bem utilizado, no que diz respeito às obras. E depois, é essencial também que os recursos humanos usufruam deste espaço”, disse à agência Lusa o ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes, no final de uma visita ao CEV do Dão.
Em causa está a requalificação do edifício, cuja degradação é notória, que é uma obra que já foi prometida em 2022 pelo Governo de então. Na altura, orçada em cerca de 850 mil euros.
Esta sexta-feira, durante uma visita às instalações, o ministro alertou para a “urgência no arranque das obras, uma vez que, quanto mais tempo demorar, mais dificuldades haverá com preços e pessoas”.
A obra é financiada em 1 ME pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e “há depois uma verba do Orçamento de Estado em 2026” sob a responsabilidade da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Centro, presidida por Isabel Damasceno, que “está a fazer um esforço brutal para que seja cumprido” o investimento, sublinhou.
À agência Lusa, Isabel Damasceno justificou o atraso na requalificação do Centro com a “necessidade que houve em fazer uma revisão do projeto, uma reprogramação da própria candidatura, na medida em que o valor inicial era insuficiente”.
“Tudo isso atrasou o arranque do processo. Neste momento, está em fase final a revisão do projeto e a ideia é que até ao final do mês faremos o anúncio do concurso público. O objetivo é estar pronto em 2026, por altura da comemoração dos 80 anos deste polo”, assumiu Isabel Damasceno.
Durante a visita, ficou claro que “do PRR já foram executados 24% do apoio, em equipamento e pessoas”, mas ficou o pedido para “manter os técnicos após o término do apoio”, em outubro de 2025.
À agência Lusa, o ministro disse que, atualmente, está no terreno “um reforço do Ministério da Agricultura para esse objetivo” e, nesse sentido, prometeu que terá “soluções” para o que é fundamental e importante para a própria produtividade que é a investigação e os técnicos altamente qualificados são necessários, é preciso que fiquem nos territórios”.
“O trabalho que aqui se faz é importantíssimo para o Dão. […] Face, por exemplo, às alterações climáticas e as novas doenças e pragas, estes espaços também são essenciais para o objetivo de investigação para resultados”, desafiou o ministro.
Nesse sentido, José Manuel Fernandes defendeu a necessidade de sinergias não só na região do Dão, como a nível nacional e europeu, como, por exemplo, “ter a ambição de entrar em consórcio com candidaturas para o maior programa de investigação”.
“Aquele que é o maior do mundo até, que tem 95.000 ME, o ‘Horizonte Europa’ para entrarmos nestes domínios, porque a importância do vinho é para a economia. Gera um ‘superávite’ de mais de 720 ME anuais, ao contrário de outras fileiras”, destacou
O vinho, acrescentou, é também “importante para a coesão do território, é essencial na indústria e indústria de transformação e a investigação também está presente, além de um outro elemento que é o da atratividade turística”.
Atualmente, o CEV do Dão tem três técnicos a trabalhar uma área de 10 hectares, onde estão plantadas 91 castas de vinho diferentes para avaliação e, destas, 20 estão a ser alvo de um estudo mais profundo.