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Comboio regressa a Mangualde: Uns não sabiam, outros aproveitaram para ir almoçar a Celorico da Beira

Três anos depois, a estação de Mangualde voltou a ser ponto de partida do comboio. A Linha da Beira Alta encerrou em abril de 2022 para requalificação e este domingo foi a abertura do troço Mangualde-Celorico da Beira

Micaela Costa
 Comboio regressa a Mangualde: Uns não sabiam, outros aproveitaram para ir almoçar a Celorico da Beira - Jornal do Centro
06.04.25
fotografia: Jornal do Centro
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 Comboio regressa a Mangualde: Uns não sabiam, outros aproveitaram para ir almoçar a Celorico da Beira - Jornal do Centro
06.04.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 Comboio regressa a Mangualde: Uns não sabiam, outros aproveitaram para ir almoçar a Celorico da Beira - Jornal do Centro

Eram 12h14 quando o comboio partiu da estação de Mangualde em direção a Vilar Formoso. Esta foi a primeira viagem, depois de a Linha da Beira Alta ter encerrado há três anos, em abril de 2022, para requalificação. E se alguns não sabiam que este domingo (6 de março) seria o regresso, houve quem aproveitasse para ir passear e almoçar em Celorico da Beira, no distrito da Guarda.

O casal Richard Woodward e Maria Woodward e o amigo Shoey Turner foram os três passageiros, e únicos, a entrar na estação de Mangualde faltavam poucos minutos para o início da viagem. “Vamos almoçar a Celorico, passeamos e depois voltamos no próximo comboio”, contou Richard Woodward.

Natural de Inglaterra, o casal está há cerca de três anos a morar no concelho de Mangualde. Desde que chegaram à região que têm acompanhado a evolução dos trabalhos na Linha da Beira e confessam que este momento até é “emocionante”.

“Vimos a linha a ser requalificada e costumamos passar pelas zonas onde estavam a trabalhar, vimos as pontes serem feitas e todas as obras e até é emocionante vir aqui hoje para podermos ir de comboio”, disse.

Além do passeio e do almoço fora, revelou que esta também será uma boa oportunidade de conhecer a região “de uma perspetiva diferente”. “Ver as paisagens de comboio é diferente, até um pouco cinematográfico”, atirou.

Para já, da estação de Mangualde apenas se pode ir em direção a Vilar Formoso, às 12h14 e 17h14, mas quando toda a Linha estiver a funcionar, Richard Woodward e Maria Woodward contam que vão querer fazer a viagem.

“Provavelmente sim. Quando a linha abrir no outro sentido será mais fácil, para nós e para vocês, viajar para outras partes do mundo”, destacou.

E é precisamente a viagem no sentido sul que os passageiros mais procuram, como revelaram alguns motoristas dos autocarros que ainda continuem a fazer os trajetos do comboio, pelo menos até junho.

“Continuamos a fazer muitas viagens para Coimbra, por exemplo, para poderem apanhar o comboio. A grande maioria das pessoas está à espera do resto da linha”, referiu um dos motoristas.

Já na cidade de Mangualde, eram muitos os que ainda não acreditavam que o comboio estava de volta. “Tinha ouvido falar, mas confesso que nesta altura já só acreditamos quando vemos”, disse Daniela Santos.

Também Carlos Ferreira “não fazia ideia” que hoje seria o regresso do comboio que é “muito importante para a região”.

“Não sabia que era hoje. Fala-se há tanto tempo que vai abrir que já nem acreditamos. Acho que podiam ter informado mais”, lamentou.

Já Manuela confidenciou que não costuma usar o comboio, mas deu pela falta dele ao longo destes últimos anos.

“Moro numa zona onde o comboio passa e confesso que nestes anos parecia que faltava alguma coisa, porque estávamos habituados a ouvir o barulho quando passava”, contou.

A reabertura do troço da Linha da Beira Alta entre Mangualde e Celorico da Beira esteve inicialmente prevista para 30 de março, mas acabou adiada para este domingo (6 de abril).

O troço Mangualde-Celorico da Beira é o terceiro a reabrir na Linha da Beira Alta, depois de Vilar Formoso-Guarda e Guarda-Celorico, este último a 25 de novembro de 2024.

Ficará a faltar a ligação Mangualde-Pampilhosa para repor toda a circulação ferroviária na Linha da Beira Alta, que tem 193 quilómetros entre a Pampilhosa e Vilar Formoso.

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