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Na página 319 do excelente “Gente de Cá e Lá, Cristãos-Novos em Viseu no Tempo da Inquisição”, de Maria Teresa Cordeiro, em boa hora editado pela Ler Devagar, fica-se a saber que “no local da capela que [o cristão-novo] António Dias Ribeiro mandara erigir por volta de 1630 fica hoje a igreja matriz de Abraveses, que conserva elementos insólitos na sua arquitectura exterior, parecendo convocar antigos e muitos suspeitos estereótipos formais”, já que “a fachada inclui um elemento que faz recordar a sinagoga Altneuschul, em Praga (construída em finais do século XIV) e a sinagoga sefardita em Amesterdão (século XVII)” havendo “a hipótese” de que seja “uma representação da escada de Jacob.”
Confesso que já tinha olhado com estranheza para o triângulo escadeado que encima a fachada da igreja de Abraveses mas só ao ler isto é que se me fez luz e percebi a sua eventual polissemia religiosa. Este livro de Maria Teresa Cordeiro, da primeira à última página, é isso mesmo: é iluminante, é uma leitura imprescindível para quem queira conhecer como era Viseu e as suas gentes nos tempos desgraçados do Santo Ofício.
Qualquer consulta online tornará o estimado leitor um especialista instantâneo no que simboliza “a escada de Jacob”, nem sempre mas muitas vezes com sete degraus, um número místico como se sabe. A da igreja de Abraveses tem sete degraus que sobem para o céu e sete que descem, a sinagoga de Praga seis, a de Amesterdão não sei.
Mas, em contrapartida, sei de uma “escada de Jacob” na Nossa Senhora da Lapa, em Sernancelhe, sete degraus encrustados numa parede granítica das traseiras do santuário, uma “escada para o céu” — uma “stairway to heaven”. Foi com o título da canção dos Led Zeppelin que legendei a fotografia desta escada da Lapa, sem princípio nem fim, quando, pela primeira vez, a publiquei nas redes sociais num dia frio de Janeiro de 2020 — o Sars-CoV-2 já devia ter chegado à Europa mas ainda não afligia a respiração de ninguém em Portugal.
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