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Os míscaros estão este ano mais caros na zona de Sátão, por se verificar uma menor quantidade na sequência da diminuição do número de pinheiros, entre outros fatores, disse esta sexta-feira (8 de novembro) o presidente da Câmara.
“Este ano, há menos míscaros, porque também há menos pinheiros, apesar de ter havido chuva e depois algum sol, o que é bom, mas como há menos pinheiros, naturalmente há menos míscaros”, disse Alexandre Vaz.
O autarca acrescentou que a diminuição de pinheiro deve-se “ao abate que as pessoas fazem, seja pela doença do pinheiro, seja para fazerem dinheiro, ou por medo dos incêndios”.
Os incêndios “também não ajudam” e o último que afetou a região, em setembro, também chegou ao concelho de Sátão, “mas, felizmente, não de forma tão gravosa como em concelhos vizinhos, mas também ardeu”.
“Foram mais de 120 hectares de floresta, muito pinheiro-bravo, e, claro, é menos área para o míscaro nascer e depois há também um outro fator muito importante, é que as pessoas não têm cuidado na apanha”, contou.
Alexandre Vaz acrescentou que os míscaros “deviam ser apanhados com um cesto, deviam ser apanhados apenas com uma foice, como se fazia antigamente, e não com sacholas e outros instrumentos como agora usam”.
“O preço do míscaro, naturalmente, vai continuar com valores altos, à semelhança do ano passado, ou talvez mais, porque há menos, claro, e depois é um produto que é considerado uma iguaria e é sazonal”, apontou.
O concelho de Sátão intitula-se de “capital do míscaro”, tendo em conta que “é uma zona de muito e bom míscaro”, mas, “apesar dos vários fatores que provocaram uma diminuição, ainda há míscaros para a feira” deste domingo (10 de novembro) no centro da vila.
“Vamos ter 80 expositores com pessoas que nos procuram para vender míscaros e não só. Também alguns produtos típicos daqui, como frutos de casca rija, batatas, mel e doces da região”, adiantou o autarca.
Na 17.ª edição da Feira do Míscaro, disse, haverá também “animação musical, um chef a cozinhar os míscaros e a fazer combinações com essa iguaria e, naturalmente a fazer prova disso, e, como é altura de São Martinho, o dia encerra com um magusto”.
“Feliz ficarei se, no final do dia, quando passar pelos quiosques, as pessoas me disserem que o dia foi bom ou que venderam tudo, porque a feira existe com esse propósito, é por isso que a organizamos. É para impulsionar a economia local”, concluiu Alexandre Vaz.