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O distrito de Viseu teve 208 incêndios rurais durante este verão, se analisados os meses de junho, julho, agosto e setembro. Se contabilizados os primeiros nove meses do ano, a região registou 506 ocorrências, revela o último relatório do Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
Viseu, entre 1 de janeiro e 15 de setembro, foi ainda o quinto distrito do país com mais incêndios, atrás do Porto (1.416), Braga (670), Viana do Castelo (589) e Aveiro (548). As chamas consumiram 2.112 hectares de área ardida na região, dos quais 1.207 foram em povoamentos, 878 em matos e 27 em terrenos agrícolas.
O incêndio que Mais de 250 bombeiros no combate a incêndio em Nelas (Viseu) foi o quarto maior incêndio rural do país, com 1.051 hectares ardidos.
No final de junho, o distrito Viseu no “top 5” dos distritos com mais incêndios rurais desde o início do ano. Entretanto, os incêndios que deflagraram no último verão já contabilizam perto de metade de todos os que tiveram lugar em Viseu ao longo deste ano.
Entre as comunidades intermunicipais, também Viseu Dão Lafões está entre as mais afetadas com 310 incêndios que consumiram 1.411 hectares.
Já Nelas e Cinfães constam na lista dos 20 concelhos do país com maior área ardida, com 1.055 e 454 hectares, respetivamente.
Portugal registou 7.097 fogos até setembro
A nível nacional, Portugal registou desde o início do ano 7.097 incêndios rurais, resultando em 33.003 hectares de área ardida, indicou hoje o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Com dados até 15 de setembro, relatório provisório de incêndios rurais do ICNF adianta que, comparando 2023 com os últimos 10 anos, contabilizaram-se menos 40% de incêndios rurais e menos 64% de área ardida, em relação à média anual do período homólogo.
“O ano de 2023 apresenta o segundo valor mais reduzido em número de incêndios e o terceiro valor mais reduzido de área ardida, desde 2013”, observa.
Os incêndios rurais com área ardida inferior a um hectare são os mais frequentes, correspondendo a 84% do total.
Sobre os incêndios de maior dimensão, o ICNF assinala a ocorrência de quatro fogos com área ardida superior ou igual a 1.000 hectares.
“Consideram-se grandes incêndios sempre que a área ardida total seja igual ou superior a 100 hectares. Até 15 de setembro de 2023 registaram-se 33 incêndios enquadrados nesta categoria, que resultaram em 22.803 hectares de área ardida, cerca de 69% do total da área ardida”, assinala.
Do total dos 7.097 incêndios rurais, foram investigados 6.000, estando o processo de averiguação de causas concluído: 85% do número total de incêndios – responsáveis por 97% da área total ardida.
A investigação permitiu a atribuição de uma causa para 4.204 incêndios, sendo que de 70% investigados, 68% são responsáveis pela área total ardida.
As causas mais frequentes são o fogo posto (28%) e as queimadas agrícolas (17%). “Conjuntamente, as várias tipologias de queimas e queimadas representam 41% do total das causas apuradas. Os reacendimentos representam 5% do total das causas apuradas, um valor inferior face à média dos 10 anos anteriores (13%)”, sustenta.
Até ao momento, acrescenta o ICNF, agosto é o mês que apresenta maior número de incêndios rurais, com 1.798, correspondendo a 25% do número total registado no ano. Também é o mês que apresenta maior área ardida em 2023, com 22.019 hectares queimados – 67% do total assinalado no ano.