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O Pedreles carimbou no sábado passado (28 de junho) a subida para a Terceira Divisão Nacional de futsal, depois de ter vencido o Miramar Império por quatro bolas a três. Vitória com valor acrescido para o Pedreles, que a oito minutos do fim da partida perdia por 3-0, conseguindo marcar o golo do empate a 58 segundos do fim e o golo da vitória a três segundo do final da partida.
Na fase de apuramento do campeonato distrital, que colocou frente a frente Pedreles (distrito de Viseu), Lusitânia de Lourosa (distrito de Aveiro), CA Sangemil e Miramar Império (distrito do Porto), apuraram-se para a Terceira Divisão Nacional os clubes de Viseu e de Aveiro. “Tivemos uma época muito difícil a nível das competições regionais, ou seja, aqui na Associação de Futebol de Viseu, porque este ano foi inserido um playoff o que, vindo naquela fase, podemos dizer que nos prepara, mas também desgasta as equipas, especialmente numa fase terminal e com o nível de exigência que tem um playoff”, explicou ao Jornal do Centro o presidente do Pedreles, Horácio Carreira.
“Temos de ter noção que nos últimos anos o acesso para a terceira divisão não é direto, ou seja, as equipas têm de disputar uma taça nacional, o que para nós, sobretudo interior, não revela menos competência, mas torna-se muito difícil, em particular quando ficamos inseridos numa série que foi, tão somente, uma das mais difíceis nacionais”, afirmou ainda Horácio Carreira. O presidente do clube mangualdense explicou que, além das duas equipas do Porto, tradicionalmente mais fortes em função do seu campeonato distrital mais exigente, a equipa de Aveiro “era baseada em jogadores de Segunda e Terceira Divisão, sendo uma superequipa com a ambição de chegar à Primeira Divisão”.
Uma entrada na liguilha de apuramento na qual o Pedreles se apresentava, em teoria, como o ‘underdog’, categoria esta que foi mudando jogo após jogo. “Foi uma série muito difícil, porque se formos ver o historial dos últimos anos da Taça Nacional, as nossas equipas do distrito de Viseu nunca tinham tido qualquer vitória com as equipas do Porto, havia situações de empate, mas não de vitória”, detalhou o presidente do Pedreles. “Isso tornou ainda mais meritório aquilo que nós fizemos, para não dizer mesmo que fizemos história”, contou ainda.
Horácio Carreira foi mais longe, e considerou que a exigência desta série esteve ao nível de uma Terceira Divisão Nacional. “O Lourosa, na Terceira Divisão, ficava ao nível dos melhores, portanto nesse sentido as equipas do Porto são equipas praticamente de terceira”, assumiu.
A grande dificuldade que o clube mangualdense enfrenta agora, segundo Horácio Carreira é a sua localização no interior, uma vez que “aqui à volta não há grande margem para recrutamento de atletas”. Além disso, alguns clubes, salientou o presidente do Pedreles, estão há dois meses sem competir e a preparar a próxima época, com muitos atletas já comprometidos.
“Vamos tentar negociar com os nossos atletas, e estamos a tratar dessa situação, porque eles merecem todos ir para a terceira divisão, mas também estamos a analisar aquilo que precisamos para competir efetivamente ao mais alto nível e estamos a tratar disso, embora com um atraso de dois meses em relação à grande maioria das equipas, porque efetivamente é isso que acontece com este figurino da taça nacional”, esclareceu o líder mangualdense.
“Veja a situação de todas as equipas que lutam em desigualdade, quer pelo número de atletas que há à volta, quer pelo número de habitantes. Isto reflete-se depois ao nível desportivo. Se quiser recrutar, a margem de recrutamento aqui é menor do que é, por exemplo, em Lourosa, que está a 20 quilómetros do Porto, onde há dezenas ou centenas de jogadores”, queixou-se Horácio Carreira. Até agora, os atletas do Pedreles eram na sua quase totalidade de concelhos próximos como Viseu ou Nelas, além daqueles que são de Mangualde. “Estamos a falar de um espaço de 12 quilómetros e são atletas com muita competência e que se valorizaram também muito com este campeonato e com esta taça. Estamos a trabalhar no núcleo da equipa e estamos a trabalhar naquilo que achamos que temos de ter para conseguirmos manter-nos nos campeonatos nacionais, porque vai ser esse o nosso grande objetivo”, assumiu o presidente.
Horácio Carreira deixou ainda uma palavra de agradecimento ao público, que se mobilizou “às dezenas” para partidas tanto em casa como fora. “Em casa, tivemos jogos com perto de 300 pessoas, num pavilhão que só não digo que estava cheio porque o pavilhão de Mangualde é enorme, com as suas duas bancadas de grande dimensão”.
O Pedreles junta-se assim ao ABC de Nelas, ao Viseu 2001 e ao S. Martinho de Mouros enquanto representante do futsal do distrito de Viseu nas competições nacionais. Tanto o ABC de Nelas como o S. Martinho de Mouros conseguiram manter-se na Terceira Divisão. O Viseu 2001, por seu lado, conseguiu assegurar a subida para a Segunda Divisão.