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A greve dos enfermeiros no distrito de Viseu teve uma adesão a rondar os 60 a 70 por cento. Os números são do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) que fala numa adesão “muito significativa”. A greve arrancou esta terça-feira (24 de setembro) e prolonga-se até amanhã.
Segundo o sindicato, a greve teve impacto nos vários serviços das unidades de saúde da região. “Foi uma adesão muito significativa, a rondar os 60 a 70%. A cirurgia de ambulatório esteve sem funcionar em Viseu, Tondela e Lamego, no hospital de Viseu o bloco operatório só funcionou para a urgência e com uma sala e registaram-se vários cancelamentos na consulta externa”, disse o representante do Centro do SEP, Alfredo Gomes.
O responsável disse ainda que a adesão foi melhor do que esperavam e que há até um aumento nos participantes da manifestação desta quarta-feira, marcada para Lisboa. “Inicialmente, tínhamos sete a oito enfermeiros e agora já temos 34 profissionais que vão a Lisboa”, frisou.
Já a nível nacional, segundo o sindicato, a adesão também esteve entre os 60% e os 70%, admitindo que o acordo entre o Ministério da Saúde e alguns sindicatos tenha prejudicado a iniciativa.
Referindo-se ao acordo, o presidente da estrutura sindical, José Carlos Martins, acusou o Ministério da Saúde de fazer uma coisa “vergonhosa” em declarações à Lusa.
“O Ministério da Saúde deve um monte de dinheiro aos enfermeiros, relativamente aos retroativos entre 2018 e 2022 e com esse dinheiro não pago, está agora a fazer uma pseudovalorização da grelha salarial”, criticou.
O sindicalista lembrou que há muitos outros aspetos pelos quais estão em luta, além da grelha salarial, nomeadamente a compensação do risco, o trabalho por turnos ou a transição dos enfermeiros especialistas.
De acordo com José Caros Martins, o SEP aguarda para que seja agendada uma reunião com o Ministério da Saúde.
Além da alteração da grelha salarial da carreira de enfermagem, valorizando todos os níveis de todas as posições remuneratórias, a greve serve para defender a transição para a categoria de enfermeiro especialista de todos os enfermeiros que a 31 de maio de 2019 detinham este título.
O SEP pretende ainda que o reposicionamento remuneratório decorrente da transição de carreira “tenha tradução em acréscimo salarial para todos os enfermeiros” e exige igualmente a compensação decorrente do risco e penosidade inerentes à profissão, nomeadamente através de “condições especiais para aposentação” e da valorização do trabalho por turnos.
Quanto à contagem de pontos, os enfermeiros exigem o pagamento de retroativos desde 2018 e a “correção de todas as injustiças relativas”.
Outras das matérias que constam do caderno reivindicativo são a harmonização do número anual de dias de férias entre todos os enfermeiros pelo numero de dias definidos para quem tem contrato de trabalho em funções públicas, assim como a regularização das situações de “inadequado vínculo precário” e a admissão de mais enfermeiros com contratos definitivos, além do pagamento do trabalho extraordinário em dívida.
Os serviços mínimos definidos incluem os cuidados em situações de urgência nas unidades de atendimento permanente que funcionem 24 horas/dia, os serviços de internamento que funcionem igualmente 24 horas/dia, os cuidados intensivos, os blocos operatórios, com exceção dos de cirurgia programada, as urgências, a hemodiálise e os tratamentos oncológicos.
Na área oncológica, estão incluídos nos serviços mínimos as cirurgias ou o início do tratamento não cirúrgico (quimioterapia ou radioterapia) em doenças oncológicas de novo, classificadas como prioridade 4, assim como a prioridade 3, quando exista determinação médica para tal intervenção e não seja possível reprogramar para os 15 dias seguintes.
Em declarações à Lusa, o presidente do SEP, José Carlos Martins, disse não ter havido qualquer articulação com os médicos relativamente à greve, tratando-se de uma coincidência, e sublinhou que a paralisação dos enfermeiros já estava anunciada desde dia 09 de agosto.