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O presidente da Câmara de Nelas mostrou-se satisfeito com os apoios anunciados esta quarta-feira (18 de setembro) pelo Governo, numa reunião com vários autarcas, mas pediu agilização e desburocratização para que se possam apoiar rapidamente as pessoas.
“É importante haver uma maior agilização no tempo dos apoios e evitar a burocracia. Precisamos de dar uma resposta rápida às pessoas, que perderam os seus bens agrícolas e a sua economia familiar”, disse à agência Lusa Joaquim Amaral.
O autarca de Nelas, um dos concelhos mais afetados pelos incêndios, explicou que as pessoas perderam os seus animais, a alimentação para aqueles que sobreviveram e o aprovisionamento da sua economia familiar. “A primeira resposta tem de ser dada a estas pessoas”, reforçou.
Joaquim Amaral considerou ainda importante a “desburocratização dos processos e uma confiança nas autarquias”.
O autarca exemplificou com a existência de olivais e vinhas que arderam e que poderão não estar todos registados, “mas é do conhecimento de todos que existiam”. “Mesmo que haja verificação e fiscalização, é preciso garantir o apoio”, disse. Depois, a preocupação será com os danos patrimoniais públicos e privados, acrescentou.
Joaquim Amaral revelou ainda que a Câmara de Nelas vai avançar com um projeto de ordenamento do território, de apoio à agricultura, “com um enquadramento no terreno em azulejos agrícolas”.
“Além de ser um incentivo à economia circular e de fixar população na zona florestal, estamos a tornar os territórios mais resilientes. Estes territórios têm de ser apelativos para quem investe. Não podemos mudar a orografia, mas é possível alterar aquilo que é o minifúndio”, precisou.
O ministro da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, prometeu hoje apoios “muito brevemente”, com prioridades para primeiras habitações e empresas afetadas pelos incêndios.
“Apoios de maior vulto, apoios para a reconstrução de fábricas, de casas, esses aí é que não poderiam ter começado, mas vão começar muito brevemente. Se tudo correr bem, vão começar em prazos muito razoáveis”, afirmou Manuel Castro Almeida.
O ministro reuniu hoje, em Mangualde, com sete autarcas da região de Viseu dos municípios mais atingidos pelos incêndios que decorrem na região desde segunda-feira.
Sete pessoas morreram e cerca 120 ficaram feridas, das quais 10 em estado grave, devido aos incêndios que atingem desde domingo as regiões Norte e Centro do país, nos distritos de Aveiro, Porto, Vila Real, Braga e Viseu, que destruíram dezenas de casas e obrigaram a cortar estradas e autoestradas.
A área ardida em Portugal continental desde domingo ultrapassa os 106 mil hectares, segundo o sistema europeu Copernicus, que mostra que nas regiões Norte e Centro, já arderam perto de 76 mil hectares.
Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), hoje pelas 12h00, estavam em curso 44 incêndios, dos quais 23 eram considerados ocorrências significativas, que envolviam mais de 3.000 operacionais, apoiados por perto de mil meios terrestres e 19 meios aéreos.
O Governo declarou situação de calamidade em todos os municípios afetados pelos incêndios nos últimos dias e alargou até quinta-feira (dia 19) a situação de alerta, face às previsões meteorológicas.