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A falta de visibilidade está a impedir os aviões de atuarem na única frente ativa do incêndio com origem em Sátão e Trancoso, virada para Vila Nova de Foz Côa, disse o responsável pelo combate.
“Estamos com uma dificuldade, porque temos aqui os meios aéreos disponíveis, os de asa fixa [aviões], mas não conseguimos, ou seja, não temos visibilidade e não há condições de segurança para eles entrarem”, admitiu cerca das 12h00 à agência Lusa o comandante no terreno, David Lobato.
O também comandante Sub-regional do Médio Tejo, que assumiu o comando do “complexo Sátão/Trancoso” no dia de hoje, disse que foi feito um voo de helicóptero para analisar a segurança e “a recomendação do piloto é de que não há segurança”.
“É um ‘handicap’ à nossa estratégia, mas temos de aguardar que as condições melhorem para haver segurança” e os aviões combaterem naquela que chama a frente três deste incêndio que teve início em dois, em Sátão e Trancoso.
David Lobato acrescentou que essa “frente ativa tem acessos inacessíveis por via terrestre” e daí “haver esta dificuldade no combate”, assim como “esperar que a rotação de vento da tarde não provoque reacendimentos no trabalho que já foi aí feito”.
No momento, disse, o incêndio que “está dividido em três frentes, tem “duas que entraram já em resolução, a de Sátão e a de Sernancelhe”, as duas em municípios do distrito de Viseu.
A referida frente três está virada a Mêda, Vila Nova de Foz Côa, Fornos de Algodres e Trancoso, concelhos do distrito da Guarda, “e é essa ainda que não está com perímetro controlado, portanto, está ainda ativa e até dividida em duas”.
“Essas duas frentes não são muito grandes, mas ainda não conseguimos circunscrevê-las, precisamente por causa dos acessos difíceis”, reforçou o comandante David Lobato.
Os trabalhos da noite permitiram “ter algumas janelas de oportunidade, com pouca entrada de humidade, mas houve alguma, e foi possível debelar a maior parte das duas frentes” que entraram em resolução.
Este incêndio teve origem em dois fogos – Sátão (distrito de Viseu) e Trancoso (distrito da Guarda) – e na sexta-feira tornou-se um só, que se alastrou a 11 municípios dos dois distritos.
Os 11 municípios são: Sátão, Sernancelhe, Moimenta da Beira, Penedono e São João da Pesqueira (distrito de Viseu); Aguiar da Beira, Trancoso, Fornos de Algodres, Mêda, Celorico da Beira e Vila Nova de Foz Côa (distrito da Guarda).
E populares e operacionais estão a travar uma “luta inglória” contra o incêndio que lavra desde sexta-feira no concelho do Sabugal, no distrito da Guarda, e tem uma frente com cerca de 10 quilómetros.
“A frente do fogo vai do Baraçal a Peroficós, são cerca de 10 quilómetros. O problema é que não temos visibilidade nenhuma e não sabemos por onde anda o incêndio”, declarou Vítor Proença, presidente da Câmara do Sabugal.
Na zona sul do concelho raiano do distrito da Guarda há, esta manhã, outra frente ativa que está a aproximar-se da localidade de Bendada e que é motivo de preocupação.
“A situação é mais complicada porque as chamas estão a avançar com força para a Bendada e para a Quinta do Clérigo, uma anexa da freguesia de Águas Belas”, afirmou o edil sabugalense.
Vítor Proença volta a lamentar a falta de meios no teatro de operações.
“Estão 160 homens a combater as chamas no Baraçal, mais 64 na zona da Bendada. Precisávamos do dobro, no mínimo”, disse.
Há ainda um meio aéreo a atuar em cada frente.
A chegar ao Sabugal está também um reforço da Unidade de Emergência Proteção e Socorro (UEPS) da GNR com 30 homens.
“A população tem sido inexcedível, com autotanques, tratores e a sua disponibilidade para ajudar no combate às chamas”, elogiou o presidente da Câmara do Sabugal.
De acordo com o autarca, a Estrada Nacional (EN) 233 está cortada ao trânsito entre o alto do Baraçal e Rocamonde.
O fogo que está atualmente na zona do Baraçal começou na Aldeia de Santo António, na sexta-feira, pelas 14h41, e mobiliza 168 operacionais, 50 veículos e um meio aéreo, segundo o ‘site’ da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).
Na ocorrência de Sortelha, que começou às 14h53 de sábado, estão empenhados 64 homens, 15 viaturas e um meio aéreo.
Portugal continental tem sido afetado por múltiplos incêndios rurais desde julho, sobretudo nas regiões Norte e Centro, num contexto de temperaturas elevadas que motivou a declaração do estado de alerta, em vigor até domingo.
Os fogos provocaram um morto e vários feridos, na maioria sem gravidade, e destruíram total ou parcialmente casas de primeira e segunda habitação, bem como explorações agrícolas e pecuárias e área florestal.
Portugal ativou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, ao abrigo do qual deverão chegar, na segunda-feira, dois aviões Fire Boss para reforço do combate aos incêndios.
Segundo dados oficiais provisórios, até 16 de agosto arderam 139 mil hectares no país, 17 vezes mais do que no mesmo período de 2024. Quase metade desta área foi consumida em apenas dois dias desta semana.