Lay-off: mais de 24,5 milhões de euros gastos no distrito de Viseu

Mais de 71 mil trabalhadores do distrito de Viseu foram abrangidos pelo lay-off simplificado nos últimos dois anos. A conclusão é retirada das estatísticas compiladas pela Segurança Social, relativas a 2020 e 2021, numa altura em que há um desacelerar da pandemia da Covid-19 e uma crescente retoma da normalidade com o alívio das restrições que estavam anteriormente em vigor. O lay-off simplificado foi criado pelo Governo há dois anos, no início da pandemia, como uma medida excecional e temporária para proteger os empregos. Ao todo, na região, a Segurança Social pagou mais de 24,5 milhões de euros a 15.031 empresas para fazerem face à crise provocada pelo novo coronavírus e aos efeitos na tesouraria. Em 2020, o lay-off apoiou 8.824 entidades empregadoras, abrangendo 51.614 trabalhadores. A maior adesão verificou-se nos meses de abril e maio, altura em que foram abrangidos 16.919 e 15.992 trabalhadores, respetivamente. Só nestes dois meses, 5.476 empresas receberam apoios no valor de 12,3 milhões de euros. Já dezembro foi o mês em que o apoio foi menos solicitado, em que a Segurança Social pagou apenas 4.258,32 euros a quatro empresas que empregavam um total de sete pessoas. No ano passado, de acordo com os dados da Segurança Social (que não incluem, no entanto, outubro e novembro), foram apoiados 20.252 trabalhadores e 6.207 entidades empregadoras. Em 2021, o lay-off foi mais pedido em fevereiro com 1.713 empresas que receberam o apoio no valor de 2,6 milhões de euros, beneficiando 5.570 trabalhadores. Ao todo, nos dois últimos anos, o lay-off simplificado abrangeu 71.866 trabalhadores na região de Viseu e apoios no valor total de 24.513.963,91 euros pagos pela Segurança Social. Em todo o país e desde o início da pandemia, a Segurança Social pagou mais de 1.280 milhões de euros às empresas, tendo o lay-off sido a medida de Covid-19 que mais pesou no Orçamento do Estado. A medida, que sofreu várias alterações ao longo da pandemia, consistiu em flexibilizar o lay-off previsto no Código do Trabalho, permitindo reduzir o período normal de trabalho ou suspender o contrato de trabalho, de forma mais simplificada para mais rápida operacionalização. Atualmente, segundo a Segurança Social, o lay-off simplificado está apenas disponível para empresas obrigadas a encerrar por determinação legislativa ou administrativa no âmbito da pandemia. Quando a medida arrancou, os trabalhadores tinham direito a receber dois terços da remuneração, mas a lei foi alterada no Parlamento. Agora, é garantido o pagamento a 100 por cento com o limite de três salários mínimos. O lay-off simplificado abrangeu 899 mil pessoas e 110 mil empresas em 2020 e, em 2021, abrangeu 336 mil pessoas e 58 mil empresas. Já em 2022, foram abrangidas 22 mil pessoas e 2 mil empresas.