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No dia 21 de maio, o Teatro Viriato recebe uma sessão do Museu do Falsa, que, segundo o seu criador, não é tão falso assim. E se existisse alguma maneira de guardar objetos contemporâneos que estivessem ligados a alguma história rocambolesca? E se, mesmo depois de acrescentados uns ‘pozinhos’ narrativos aqui e ali, essa história se mantivesse interessante para quem a quiser ouvir? Certamente que a maioria das pessoas acharia tratar-se de algo completamente inventado. A verdade, contudo, é um bocadinho diferente.
A receita, no Museu do Falso, é “90% de historiografia e 10% de refinamento”.
O Museu do Falso partiu de uma tentativa, como explicou ao Jornal do Centro o seu criador, Rui Macário, de aumentar a representatividade das comunidades nos acervos museológicos. “Essas histórias que passaram a ser incorporadas e essas peças que passaram a ser incorporadas, têm um cariz que é local, por parte dos autores, sempre com alguma referência a Viseu”, assumiu Rui Macário. “Ou seja, que cada peça e cada história, ou histórias que ela possa conter em si, de um modo ou de outro, apresentem pontos, ligações, e que façam com que cada um de nós consiga sentir, ou pelo menos rever-se em parte daquele processo, identificar-se com parte”, disse ainda.
Fundado em 2012, o Museu do Falso conta já com quase uma centena de peças no seu acervo, cada uma com uma história própria. A sessão de 21 de maio, como explicou o artista e criador, vai decorrer em formato de unboxing. “Mantendo esta lógica do museu é, como se mostrasse as peças que estão nas reservas”, detalhou. “Na impossibilidade de ter uma visita guiada convencional, com um espaço mais convencional expositivo, procura-se trazer um bocadinho de tudo o que são as dinâmicas do que os museus, temporariamente, podem não expor à totalidade das pessoas”, continuou.
É neste tipo de sessões que são revelados os “pequenos segredos que se encontram nas próprias reservas dos museus, nas peças que os museus simplesmente assumem não ter espaço nesse momento para mostrar”. Como que a vislumbrar aquele que será o espetáculo de dia 21, Rui Macário segredou o nome de um dos personagens a abordar: o Capitão Leitão, figura com forte ligação à cidade de Viseu.
“O Capitão Leitão foi famoso por causa da primeira tentativa de golpe republicano, o golpe de 31 de Janeiro”, contou o artista. “O próprio Capitão Leitão tem uma vida que é rocambolesca. É quase inevitável que ao tentar adicionar qualquer camada, nós fiquemos a parecer mais sérios do que a vida dele foi”, assumiu Rui Macário.
O Museu do Falso é uma produção do Projeto Património/Memória Comum, com coprodução do Teatro Viriato. O projeto conta com o apoio da Direção-Geral das Artes e financiado pelo Eixo-Cultura de Viseu. Além disso, conta com outros parceiros de longa data como a ACERT, o Carmo’81 e o Museu Nacional Grão-Vasco.