Pavilhão Multiusos Viseu 1
Pope Leo XIV elected as new pontiff
rio criz tondela poluição
arrendar casa
janela casa edifício fundo ambiental
Estate agent with potential buyers in front of residential house

Em tempos passados, não era o branco que marcava os casamentos, era…

05.05.25

A taróloga Micaela Souto Moura traz as previsões do Tarot, na semana…

05.05.25

Neste Dia da Mãe, o Jornal do Centro entrou em ação com…

04.05.25
rio criz tondela poluição
Tondela_CM_Manuel_Veiga 2
clemente alves candidato cdu lamego
Chefs Inês Beja e Diogo Rocha na ativação Academia dos Segredos Gastronómicos de Viseu Dão Lafões web
cm-penedono-turismo-patrimonio-arqueologico-Dolmen-da-Capela-de-Nossa-Senhora-do-Monte--Penela-da-Beira-
tintol e traçadinho
Home » Notícias » Diário » Associação Mover Viseu, o último reduto para as crianças portadoras de deficiência que não têm onde ficar

Associação Mover Viseu, o último reduto para as crianças portadoras de deficiência que não têm onde ficar

pub
 Associação Mover Viseu, o último reduto para as crianças portadoras de deficiência que não têm onde ficar - Jornal do Centro
29.07.23
fotografia: Jornal do Centro
partilhar
 Associação Mover Viseu, o último reduto para as crianças portadoras de deficiência que não têm onde ficar - Jornal do Centro
29.07.23
Fotografia: Jornal do Centro
pub
 Associação Mover Viseu, o último reduto para as crianças portadoras de deficiência que não têm onde ficar - Jornal do Centro

De fora, no bairro da Balsa, a sede da Associação Mover Viseu é reconhecida, numa loja térrea, graças a duas “bandeiras lágrima” e uma tricicleta estacionada à entrada. Sem pedais, com um selim mais elevado, uma base de apoio para o peito e três rodas, este é um meio de transporte, de competição e proporcionador de momentos de alegria que destoa das bicicletas comuns. No hall de entrada da associação, duas mesas munidas de computadores servem de local de trabalho para toda a parte administrativa da associação. Carlos, secretário da Mover Viseu, trabalha numa das mesas, e só quando é requerido um aperto de mãos como forma de cumprimento é possível notar que o secretário é portador de uma deficiência motora.

A mascote e anfitriã da casa, uma cadela beagle de três anos chamada Zoey, controla quem chega à associação ao mesmo tempo que vai exigindo festas às crianças e jovens da Mover Viseu. Além de uma funcionária a tempo inteiro, são Ana Paula Braga, professora de educação especial e diretora da associação, e Filinto Carvalho, antigo atleta paralímpico e vice-diretor da Mover Viseu, os encarregues pelo espaço. A eles juntam-se vários voluntários que vão entretendo os jovens por entre workshops de culinária ou peças de teatro.

“Temos cerca de sete anos, somos jovens, mas estamos a passar por algumas fases, por um lado de crescimento, felizmente, mas por outro lado com dificuldades”, contou Ana Paula Braga. “Estou a dizer por um lado de crescimento porque temos tido diversas solicitações por parte dos pais, principalmente de crianças com deficiência e que têm de trabalhar, mas que não têm onde deixar os filhos porque os ATLs que existem não os aceitam.”

Embora a associação não seja oficialmente um ATL, desenvolveu um projeto designado “Ser Mais a Brincar”, em que recebe crianças portadoras e não portadoras de deficiência. A Mover Viseu, ao abrigo deste projeto, recebe cerca de 16 crianças, “a maior parte delas portadora de deficiência, o que implica um apoio individualizado”.

Este apoio a crianças e jovens portadores ou não de deficiência é dado através de diversos espaços dentro da sede da Mover Viseu, destinados a desenvolver áreas específicas dos jovens. Perto da entrada, uma sala completamente forrada com colchões abriga uma piscina de bolas, dois baloiços e uma parede branca para a projeção de filmes. Num canto, pequenos adereços ajudam à caracterização dos jovens aquando das sessões de teatro. Noutro canto, três marcadores e um cartaz afixado na parede são a última paragem do dia para qualquer criança que tenha frequentado a Mover Viseu nesse dia. As escolhas para avaliar o dia são três: verde, amarelo e vermelho.

No corredor que liga a entrada ao resto dos espaços, são várias as zonas improvisadas de acordo com a necessidade. Um armário decorado pelos jovens guardava os seus pertences, como chapéus ou calçado – tudo em gavetas específicas com os nomes das crianças a marcar o lugar. Em frente do armário, um aparador exibe os vários troféus ganhos pela Mover Viseu nas atividades desportivas em que participou, principalmente nas modalidades de boccia e tricicleta.

A associação, como explicou Filinto Carvalho, tem atualmente dois atletas. O vice-diretor da Mover Viseu participou pela primeira vez nos Jogos Paralímpicos de Barcelona em 1992, e esteve presente pela última vez nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, sempre no boccia. “Um é de Moimenta da Beira, que é o André Pinto, que vive em Armamar, mas que está na Artenave em Moimenta da Beira”, começou por dizer. “Temos ainda um atleta de etnia cigana, que é o Cristiano Pinto”. O jovem atleta de boccia conta com o apoio da câmara municipal de Viseu, mas, como esclareceu o treinador e ex-atleta paralímpico, não é o suficiente. “Nós temos imensas despesas, entre deslocação, alimentação, alojamento e equipamento, porque são extremamente caros e temos de estar sempre a comprar material para poder acompanhar a evolução da modalidade.”

Descendo umas escadas depois do expositor de troféus, uma antiga garagem convertida em sala de jogos e oficina de artes plásticas abrigava um torneio de ténis de mesa. No exterior, um trampolim permite aos jovens um misto de diversão e ar puro. “Neste momento estamos a crescer, porque temos tido solicitações, e mesmo durante o ano nós fazemos este apoio às crianças”, continuou Ana Paula Braga. “Vamos levar as crianças às escolas e trazemo-los para aqui, para os pais poderem trabalhar. No princípio nós tínhamos mais terapias, mas neste momento estamos mais virados para este tipo de resposta porque efetivamente os pais não a têm noutro sítio.”

No fundo do corredor, dois voluntários faziam “bolos de caneca” com alguns dos jovens. Numa cadeira de rodas, uma rapariga comunicava de forma não verbal com a voluntária, através de gestos e sons. A sua deslocação é feita na cadeira de rodas, e tem de ser constantemente colocada numa posição correta. Mais tarde, em cima da tricicleta, realizou o seu exercício diário, ao atravessar o corredor pelo seu próprio pé. “Durante o ano, fazemos muito um trabalho de apoio de desenvolvimento de atividades de recriação e lazer junto de lares de terceira idade e de escolas de primeiro, segundo e terceiro ciclo. Além disso, emprestamos material para desenvolverem atividades.”

Até agora, a associação não tinha cobrado qualquer tipo de preço pelas atividades fora da sede. Agora, Ana Paula Braga equaciona a hipótese de “cobrar pelo menos o valor do combustível”, numa altura em que a Mover Viseu aguarda ansiosamente por ser reconhecida como Entidade de Utilidade Pública. “Se fossemos uma Entidade de Utilidade Pública, poderíamos candidatar-nos a outros organismos, mesmo a nível europeu.”

Numa das duas salas traseiras do andar superior da Mover Viseu, uma marquesa ocupava o centro do espaço destinado, como explicou a diretora da associação, a “ajudar os jovens e crianças a relaxar através de massagens, ou ainda a ser utilizado para sessões de fisioterapia”. A outra sala, repleta de estantes com livros, várias caixas de puzzles, jogos de tabuleiro e dois pufes, destinava-se a atividades de lazer. “Depois de almoço é a única altura em que deixamos que estejam nos telemóveis e tablets para que fiquem quietos e entretidos, para não perturbar a digestão”, explicou Ana Paula Braga. “Além disso, durante o dia podem sempre vir para aqui e ocuparem-se de atividades mais calmas”, concluiu.

Pedro, uma das crianças mais novas, com cerca de oito anos, disse, mal viu alguém estranho ao seu dia a dia e estranho à associação na sala de jogos, o que a Associação Mover representava para si (e que deve representar para mais crianças): “Este ATL é muito fixe, já estive noutros ATLs, mas este é o mais fixe de todos.”

pub
 Associação Mover Viseu, o último reduto para as crianças portadoras de deficiência que não têm onde ficar - Jornal do Centro

Outras notícias

pub
 Associação Mover Viseu, o último reduto para as crianças portadoras de deficiência que não têm onde ficar - Jornal do Centro

Notícias relacionadas

Procurar