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P’ia Fora na Quinta da Comenda onde a resistência é futuro

 P’ia Fora na Quinta da Comenda onde a resistência é futuro - Jornal do Centro
11.05.25
fotografia: Jornal do Centro
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 P’ia Fora na Quinta da Comenda onde a resistência é futuro - Jornal do Centro
11.05.25
Fotografia: Jornal do Centro
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 P’ia Fora na Quinta da Comenda onde a resistência é futuro - Jornal do Centro

Há quase uma década que se dedica de corpo e alma a gerir a Quinta da Comenda, um espaço carregado de memória e de vida, ali entre Viseu e S. Pedro do Sul. Ângelo Rocha é sinónimo de bio, de cultura, de empenho, de raízes e de visão de futuro.

É sábado, dia de mercado aberto na Quinta, que acontece todas as semanas. Para além de se poder comprar produtos locais, biológicos, germinados, cuidados e colhidos com o tempo certo, é sempre ocasião para conhecer gente interessante e o Ângelo faz questão de nos apresentar a todos.

Mas antes de tudo, há que conhecer a história deste lugar. Uma história que começa na época medieval, antes mesmo de Portugal ser Portugal. Aqui era ponto de encontro entre dois reinos: a sul, o reino muçulmano; a norte, o reino cristão. E durante mais de um século, coexistiram como vizinhos. 

Desde então, a Quinta foi sempre lugar de passagem, de hospitalidade e de produção agrícola. A vinha sempre foi rainha por aqui e há registos de produção desde o século XIV. E é curioso como, tantos séculos depois, essa tradição não só se manteve, como se renovou.

Estrada Nacional 16, que liga a fronteira ao mar, passa aqui perto. Quem vira à esquerda e atravessa o corredor de árvores, chega ao largo da entrada da Quinta da Comenda. De um lado, uma capela; do outro, uma piscina e a zona de lazer. À frente, a casa principal, com uma enorme porta de madeira e, no alto, a cruz esculpida da Ordem de Malta.

Este é o lugar que sobreviveu a reis, revoltas e reformas. Em 1635, por exemplo, o comendador da altura recusou-se a pagar impostos a Filipe III de Espanha.

A Quinta da Comenda passou pelas mãos da coroa, das ordens e, finalmente, em 1984 foi comprada pelos pais de Ângelo Rocha, José e Laura Rocha. Ele, médico, ela, portuense, sonhavam com uma Quinta unida, onde pudessem valorizar a terra, o vinho e a hospitalidade. E foi ao impedir que abatessem as árvores centenárias da propriedade que José Rocha acabou por comprar a Quinta.

A partir daí, foi sempre a inovar. Em 1985, Ângelo esteve na origem da AgroBio, a Associação Portuguesa de Agricultura Biológica, e convenceu o pai a fazer da Quinta um projeto pioneiro nesse setor. Um médico que defendeu a agricultura biológica quando pouco se falava disso, ligando alimentação e saúde de forma visionária.

Foram os primeiros a produzir vinho biológico em Portugal. Mais tarde chegou o agroturismo com seis quartos, cada um com nome inspirado na história do lugar. Hoje, esses quartos ajudam a sustentar a Quinta que se mantém fiel às práticas antigas, onde se continua a cultivar centeio, a manter o moinho a funcionar e a valorizar as tradições e memórias da terra.

Para Ângelo Rocha, preservar a memória é mais do que nostalgia. É a estratégia para o futuro. 

Este é mais um episódio do P’ia Fora. Para ouvir com tempo as histórias de quem faz desta Quinta um lugar de resistência e de futuro.

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