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As pedreiras que estarão na origem de descargas poluentes no Rio Paiva receberam esta manhã uma visita de sensibilização que juntou as autarquias de Vila Nova de Paiva e Moimenta da Beira, a União das Freguesias de Vila Nova de Paiva, Alhais e Fráguas, a Associação Portuguesa do Ambiente (APA) e o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA).
Paulo Figueiredo, presidente da Câmara de Moimenta da Beira, concelho onde estão localizadas as pedreiras, garantiu em declarações à Rádio Jornal do Centro que, se nada for feito por parte das empresas estas podem ver a atividade suspensa.
“O que está aqui em causa é, possivelmente, os próprios empresários, caso não tomem medidas adicionais para eliminar este problema, poderem ver aqui a sua atividade suspensa”, frisou em declarações ao Jornal do Centro.
O autarca de Moimenta da Beira assegurou que têm sido feitas várias reuniões que culminaram nesta visita. “Há já algum tempo que quer nós, quer o município de Vila Nova de Paiva temos vindo a desenvolver várias matérias no sentido de colmatar este problema”, disse.
O autarca acrescentou que, das reuniões, foi combinada “uma estratégia no sentido de trazer todas as entidades envolvidas no licenciamento desta atividade para virem ao local e constatarem logo a situação juntamente com os empresários”.
Paulo Figueiredo disse ainda que o município de Moimenta da Beira não compactua com o que está a acontecer e que espera ver o problema resolvido para que o rio Paiva volte a ser dos menos poluídos da Europa.
“Queremos dar o nosso contributo enquanto entidade interveniente neste processo para que o rio, a sua fauna e todo o seu ecossistema possam ser aquilo o que foi no passado, ou seja, um dos rios menos poluídos da Europa. Temos vindo há vários meses a trabalhar nesta situação porque ela nos preocupa e, hoje, damos um passo muito forte porque conseguimos trazer todas as entidades envolvidas para ver se, desta forma, conseguimos resolver o problema”, rematou.
Vila Nova de Paiva quer evitar degradação nas suas águas
Em declarações ao Jornal do Centro, o vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva, Nuno Coutinho, disse que a visita serviu para demonstrar “uma posição conjunta destas várias entidades que pretendem ver este problema resolvido”. “O que nos preocupa é a resolução deste problema e que se evitem as descargas”, frisou.
O autarca também falou do impacto que estas descargas têm em Vila Nova de Paiva, afirmando que elas provocam “a degradação da qualidade da água e das condições do rio Paiva”.
“As águas que atravessam este concelho estão a ser muito prejudicadas. Nós temos captações de água que vêm do rio Paiva e podem trazer problemas”, explicou lembrando também os efeitos que a poluição pode trazer à fauna e à flora associada ao rio.
O autarca disse ainda que houve abertura por parte das pedreiras. “A APA e os seus técnicos falaram com os responsáveis, foram pedidas algumas explicações técnicas e nós acompanhámos o trabalho dos agentes. Eles levantaram questões sobre as situações que encontraram e as lagoas de contenção existentes e fizeram várias perguntas que acharam pertinentes, mas, da parte das pedreiras e dentro do que ouvi, a colaboração foi total”, disse.
O Jornal do Centro tem noticiado as Rio Paiva: Novas descargas poluentes e mais duas queixas em menos de uma semana que têm sido apresentadas ao SEPNA de Moimenta da Beira por particulares e entidades.
A APA Agência Portuguesa do Ambiente garante que está a acompanhar poluição no Paiva, dizendo que se encontra a acompanhar de perto a situação e que estão em fase de instrução cinco processos de contraordenação a três pedreiras por “alegados atos de poluição dos recursos hídricos”.