“Se houve ano em que ficou demonstrado o amor ao Travanca, foi este”, garante treinador

E, de repente, o Atlético Clube de Travanca está na final da Taça da 1ª Divisão Distrital. É o próprio treinador do clube, Juan Brás, que assume que a competição “tem passado a correr”. O início de época, não foi bom, como reconhece o técnico, mas o amor ao clube falou mais alto e embalou a equipa para uma final de um título distrital. “A Taça tem passado a correr, mas sentimos que está a ser um feito para o clube e vemos os adeptos felizes. Eu tenho dito a toda a gente que se houve ano em que se demonstrou que as pessoas gostam do Travanca, foi este. As coisas não começaram bem, mas o apoio foi sempre o mesmo. Claro que agora há mais festa, talvez haja mais gente, mas este é um clube que tem sempre muitas pessoas a apoiar”, reconhece o técnico venezuelano.

Sobre o oponente do jogo decisivo – marcado para domingo, 18 de maio, às cinco da tarde, em Castro Daire, o treinador do Travanca revela sempre ter dito que “o Paivense era um dos adversários mais difíceis”. “É uma equipa muito experiente e que era candidata à subida, com jogadores que já foram campeões da Divisão de Honra, que já jogaram em campeonatos nacionais. O Paivense é muito forte e é favorito para este jogo. Vamos ter de ser muito fortes para conseguirmos ganhar. É esse o objetivo”, frisa. Quando o questionamos sobre percentagens de favoritismos, responde de imediato. “Em finais o favoritismo reparte-se. Neste caso é 51% para o Paivense, 49% para nós”, detalha Juan Brás.

“Acho que não somos favoritos, mas reconheço que noutros jogos, como por exemplo já nesta Taça contra o Lamego, que está muito ao nível do Paivense, ou contra o Santar, mostrámos que podemos fazer uma gracinha”, atira.

Treinar penáltis? Talvez não…

Num jogo que pode vir a ser decidido nas grandes penalidades, há ainda uma dúvida a assaltar a mente do treinador. Afinal, a equipa vai ou não treinar penáltis? É que até aqui não treinou… e tem corrido bem… ““Não sei ainda se vou treinar os penáltis. Nas outras duas eliminatórias não os treinámos e deu sorte, portanto. Não sei, não sei”, afirma, entre risos.

Em Castro Daire, o Travanca vai encontrar um relvado sintético, realidade que costuma encontrar apenas quando joga fora de casa e na casa de alguns adversários. O Estádio do Ribeiro ainda é pelado, mas Juan Brás rejeita desde já que isso venha a servir de desculpa caso a Taça da 1ª Distrital não venha para Travanca de Bodiosa. “Jogar em pelado é uma das nossas dificuldades, mesmo em termos de contratação de jogadores. Para este jogo estamos a tratar de conseguir treinar num relvado sintético. Já pedimos. Vamos ver qual é a resposta e ver se conseguimos treinar num sintético quinta e sexta. Podemos ter essa desvantagem, mas nunca usaremos isso como desculpa”, assegura.

Se em favoritismo, o Paivense até parte em primeiro, Juan Brás deixa antecipar que nas bancadas, é o Travanca quem sairá a ganhar. “Pela ligação ao clube, acredito que Travanca de Bodiosa fique vazia no domingo. E temos inclusive emigrantes que podem estar a caminho para ver o jogo. Antecipo até que no Estádio tenhamos mais apoio em relação ao do Paivense”, indica.

Juan Brás reconhece que no início das épocas “todas as equipas têm objetivos que, umas vezes são atingidos, noutras, não”. “Eu olho para esta Taça da 1ª Divisão Distrital como um título. Há pessoas que andam vários anos no futebol e não ganham nenhum. Temos de nos agarrar a esta ideia de ganhar um título e respeitar a competição”, apela.

Já sobre alterações no modelo competitivo da 1ª Distrital, o treinador entende que poderiam ser feitos alguns ajustes. E dá um exemplo. “Haver três séries permite poucos jogos. Basta um deslize frente a um adversário fraco que já fica posta em causa uma época inteira. Defendo o regresso das duas divisões, ou reformular esta competição para duas séries. Mas quem manda, manda e temos de respeitar”, afirma.

O jogo entre AC Travanca e SC Paivense começa às cinco da tarde do próximo domingo, 18 de maio, no Municipal de Castro Daire. A final vai definir o vencedor da quinta edição da Taça da 1ª Divisão Distrital de Viseu. Nem Travanca, nem Paivense venceram a prova ou estiveram sequer na final. Finalistas inéditos à procura de uma vitória em final de época.