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Dias amargos

 Dias amargos - Jornal do Centro
19.07.25
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 Dias amargos - Jornal do Centro

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

1. José Junqueiro, de uma forma inesperada e muito dolorosa, acaba de nos deixar. José Junqueiro, um socialista sempre presente nas boas e nas más horas de Viseu e do país. 
A altura em que mais trabalhei e convivi com ele foi durante a campanha das autárquicas de 2005. Ele (então líder distrital do PS) e eu (da sua equipa) achámo-nos na mesma circunstância: nenhum dos dois ia a votos naquelas eleições pelo que estávamos disponíveis para correr o distrito, norte/sul/este/oeste, a acompanhar as campanhas socialistas nos vários concelhos. Para mim, aqueles meses foram uma aprendizagem do território, dos seus problemas e dos seus protagonistas. Para José Junqueiro foram rotina, ele tinha milhões de quilómetros daquilo, conhecia as estradas todas, as pessoas todas, a todas mobilizava e dava ânimo. Em todos os concelhos tocava a reunir, quer nos mais fáceis para os socialistas quer nos mais difíceis. 
Depois, tivemos algumas pegas, sempre políticas e nunca pessoais, algumas tratadas aqui nos primeiros anos do Olho de Gato. Nenhuma delas impediu que colaborássemos. Pelo contrário, foi depois delas que a nossa amizade e cumplicidade mais se cimentou.
A última vez que comunicámos foi por WhatsApp sobre o Viktor Gyökeres, tinha-se o sueco baldado ao serviço em Alvalade. Ambos sportinguistas, ambos chalaçámos sobre aquele “migrante estrangeiro que se recusa a trabalhar”. Foi há poucos dias. Dias amargos. 

2. Na próxima semana, até 27 de Julho, ainda é visitável, no Museu Grão Vasco de Viseu, a exposição “Meninas Exemplares”, de Paula Rego, um olhar da genial artista sobre meninas marotas e sobre a determinação e o sofrimento das mulheres.
No que diz respeito ao sofrimento feminino, oito águas-fortes de Paula Rego dizem da revolta da pintora com o resultado do primeiro referendo que, em 1998, chumbou a despenalização do aborto. Oito libelos poderosos contra o horror sofrido pelas meninas e as mulheres que tinham de interromper a gravidez às escondidas. Oito retratos vigorosos dos tempos hipócritas e violentos que punham o estado a mandar nos corpos e nas vidas das mulheres. 
Tempos que foram derrotados num segundo referendo, em 2007, mas que podem regressar. Entre nós, catequistas da AD, como Paulo Núncio, dificultaram no passado e, se os deixarem, tudo farão para dificultar no futuro as interrupções da gravidez no SNS. Entre nós, a aliança das esquerdas radicais com os islâmicos (visível até em Viseu) e a aliança das direitas radicais com os evangélicos (exportada dos EUA para o Brasil e deste em força para Portugal) são uma ameaça aos direitos das mulheres e à autodeterminação dos seus corpos. 
Que estes dias amargos não nos façam perder esta exposição da grande Paula Rego.

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