No coração do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros, há…
Reza a lenda que foi um árabe, há mais de mil anos,…
Seguimos caminho por Guimarães, berço de Portugal e guardiã de memórias antigas….
por
Joaquim Alexandre Rodrigues
1. A leitura de “Não há festa como esta: 20 histórias bizarras das eleições locais”, um bem-disposto texto de Filipe Santos Costa publicado no site da CNN Portugal, motivou-me a contar uma história divertida dos meus tempos de autarca.
Em 2001, fui o candidato socialista em Viseu contra o dr. Ruas e, sem surpresa, perdi por muitos. Há 24 anos, o dr. Ruas estava em boa forma. Meti dois vereadores e vá-lá vá-lá. Ora bem, na noite eleitoral, contados os votos, fiz o que tinha de ser feito: cumprimentei o vencedor, prestei declarações à comunicação social e dei ânimo ao desânimo que reinava na sede da minha campanha.
A seguir, meti-me no carro com o presidente da concelhia, o Miguel Ginestal, a caminho da freguesia de Mundão, onde tínhamos ganho. Não podia ser maior o contraste. Em Viseu, caras fechadas, tristeza. Em Mundão, júbilo, festa e, acima de tudo, matemática. O PS tinha tido 487 votos e o PSD 418. Uma vitória por 69 votos. “Viva o 69!” — gritava toda a gente, de todas as idades, homens e mulheres. “Viva o 69!” “Viva!” Galhofa geral. Celebração. Alegria à solta.
A seguir, ainda fomos a Fragosela, outra freguesia com vitória socialista, e, durante a viagem, eu, cinéfilo militante, recomendei ao Ginestal uma comédia de Robert Altman chamada M.A.S.H., que se passa na guerra da Coreia, em que há uns médicos militares muito divertidos e indisciplinados e uma enfermeiras desinibidas que cantam a plenos pulmões: “69 is divine!”. Depois, naquela noite, ouvimos na televisão o então primeiro-ministro António Guterres a demitir-se e isso, para nós, foi o contrário de “divine”.
2. No sábado passado, os vários candidatos à câmara de Viseu foram à tenda de 822 mil euros (!) que o PSD inaugurou em 3 de Setembro de 2022, no parque de estacionamento da Segurança Social, e a que, pomposamente, chamou de “Mercado dos Produtores de Viseu”.
O Jornal do Centro, em reportagem, ouviu os vendedores:
“No Verão é um calor insuportável, no inverno um frio que não se aguenta.”
“Antes nos tivessem deixado ficar no mercado antigo, já que ainda não fizeram lá obra nenhuma.”
“Isto não é provisório, isto é para sempre. É uma vergonha, não há nenhum produtor que goste de aqui estar.”
Não admira a opinião negativa das pessoas sobre aquele campismo. Em Janeiro de 2023, escrevi aqui o seguinte: “Viseu tinha um mau mercado municipal, mas não o substituiu por um bom: atamancou o problema com uma tenda num parque de estacionamento. Foi uma decisão muito estranha: fechou-se um equipamento quando ainda não havia, e não há, a mais pálida ideia sobre onde, quando e como se vai arranjar um novo.”
Ora, uma cidade sem um mercado de frescos é como um jardim sem flores. Em campanha, no sábado, o dr. Ruas levou para aquela tenda de 822 mil euros (!) uma concertina, uns cantares e uma promessa: “uma nova solução será apresentada.” Sic.
É caso para perguntar: para que raio o PSD fechou o mercado que havia se, três anos depois, ainda anda a ver se acha “uma nova solução”? Para que raio se derreteram 822 mil euros (!) naquilo?
Em 2001, o dr. Ruas estava em boa forma. Era um bom presidente. Agora, duas décadas depois, mesmice e atarantamento. Os tempos mudaram. Este regresso do dr. Ruas ao Rossio foi tudo menos feliz. Para ele e para o concelho. O tempo é um patife.
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Joaquim Alexandre Rodrigues
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