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Autárquicas Novo presidente da Câmara de Viseu rejeita acordos para gerir concelho e aposta em diálogo
Delegado à mesa de voto consulta a lista de eleitores para a Câmara Municipal do Porto, 12 de outubro de 2025. Decorrem este domingo as eleições autárquicas em Portugal onde mais de 9,3 milhões de eleitores podem votar. Os eleitores vão escolher os órgãos dirigentes das 308 Câmaras Municipais, 308 Assembleias Municipais e 3.221 Assembleias de Freguesia, pelo que há três boletins de voto. MANUEL FERNANDO ARAÚJO/LUSA
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Autárquicas em Viseu: uma história de 2001 e uma cena campista de 2025

 Autárquicas em Viseu: uma história de 2001 e uma cena campista de 2025
10.10.25
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 Autárquicas em Viseu: uma história de 2001 e uma cena campista de 2025

por
Joaquim Alexandre Rodrigues

1. A leitura de “Não há festa como esta: 20 histórias bizarras das eleições locais”, um bem-disposto texto de Filipe Santos Costa publicado no site da CNN Portugal, motivou-me a contar uma história divertida dos meus tempos de autarca. 
Em 2001, fui o candidato socialista em Viseu contra o dr. Ruas e, sem surpresa, perdi por muitos. Há 24 anos, o dr. Ruas estava em boa forma. Meti dois vereadores e vá-lá vá-lá. Ora bem, na noite eleitoral, contados os votos, fiz o que tinha de ser feito: cumprimentei o vencedor, prestei declarações à comunicação social e dei ânimo ao desânimo que reinava na sede da minha campanha. 
A seguir, meti-me no carro com o presidente da concelhia, o Miguel Ginestal, a caminho da freguesia de Mundão, onde tínhamos ganho. Não podia ser maior o contraste. Em Viseu, caras fechadas, tristeza. Em Mundão, júbilo, festa e, acima de tudo, matemática. O PS tinha tido 487 votos e o PSD 418. Uma vitória por 69 votos. “Viva o 69!” — gritava toda a gente, de todas as idades, homens e mulheres. “Viva o 69!” “Viva!” Galhofa geral. Celebração. Alegria à solta. 
A seguir, ainda fomos a Fragosela, outra freguesia com vitória socialista, e, durante a viagem, eu, cinéfilo militante, recomendei ao Ginestal uma comédia de Robert Altman chamada M.A.S.H., que se passa na guerra da Coreia, em que há uns médicos militares muito divertidos e indisciplinados e uma enfermeiras desinibidas que cantam a plenos pulmões: “69 is divine!”. Depois, naquela noite, ouvimos na televisão o então primeiro-ministro António Guterres a demitir-se e isso, para nós, foi o contrário de “divine”.

2. No sábado passado, os vários candidatos à câmara de Viseu foram à tenda de 822 mil euros (!) que o PSD inaugurou em 3 de Setembro de 2022, no parque de estacionamento da Segurança Social, e a que, pomposamente, chamou de “Mercado dos Produtores de Viseu”.
O Jornal do Centro, em reportagem, ouviu os vendedores:
“No Verão é um calor insuportável, no inverno um frio que não se aguenta.”
“Antes nos tivessem deixado ficar no mercado antigo, já que ainda não fizeram lá obra nenhuma.”
“Isto não é provisório, isto é para sempre. É uma vergonha, não há nenhum produtor que goste de aqui estar.”
Não admira a opinião negativa das pessoas sobre aquele campismo. Em Janeiro de 2023, escrevi aqui o seguinte: “Viseu tinha um mau mercado municipal, mas não o substituiu por um bom: atamancou o problema com uma tenda num parque de estacionamento. Foi uma decisão muito estranha: fechou-se um equipamento quando ainda não havia, e não há, a mais pálida ideia sobre onde, quando e como se vai arranjar um novo.”
Ora, uma cidade sem um mercado de frescos é como um jardim sem flores. Em campanha, no sábado, o dr. Ruas levou para aquela tenda de 822 mil euros (!) uma concertina, uns cantares e uma promessa: “uma nova solução será apresentada.” Sic.
É caso para perguntar: para que raio o PSD fechou o mercado que havia se, três anos depois, ainda anda a ver se acha “uma nova solução”? Para que raio se derreteram 822 mil euros (!) naquilo? 
Em 2001, o dr. Ruas estava em boa forma. Era um bom presidente. Agora, duas décadas depois, mesmice e atarantamento. Os tempos mudaram. Este regresso do dr. Ruas ao Rossio foi tudo menos feliz. Para ele e para o concelho. O tempo é um patife. 

 Autárquicas em Viseu: uma história de 2001 e uma cena campista de 2025

Jornal do Centro

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