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O presidente da Concelhia do PSD de Viseu, João Paulo Gouveia, afirmou que não tenciona demitir-se na sequência dos resultados eleitorais que deram a vitória ao Partido Socialista nas eleições autárquicas. O dirigente social-democrata sublinhou que o PSD “representa praticamente o mesmo número de votos que o PS” e garantiu que assumirá o seu lugar de vereador, em coerência com o mandato que lhe foi conferido pelos viseenses.
“Não está em cima da mesa a demissão do Presidente da Concelhia. A estrutura está em plenas funções e reunirá, como é natural, depois do apuramento final dos resultados. Qualquer decisão será tomada em sede própria, na Comissão Política”, afirmou João Paulo Gouveia, frisando que o partido continuará a trabalhar “com responsabilidade para servir os viseenses”.
O líder concelhio assegurou que o PSD manterá uma presença relevante no concelho, “com mais juntas de freguesia e a liderança da Assembleia Municipal”, e prometeu colocar “sempre os interesses de Viseu em primeiro lugar”.
João Paulo Gouveia confirmou ainda que assumirá o cargo de vereador. “Vou naturalmente assumir o cargo de vereador, como me compete e em coerência com a confiança que os viseenses depositaram no PSD. O PSD pode dar um contributo importante à cidade”, declarou, acrescentando que a oposição será “construtiva e propositiva, apresentando propostas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar dos viseenses”.
Apesar da derrota eleitoral, o presidente da Concelhia destacou o legado deixado pelo PSD e por Fernando Ruas. “Deixamos uma cidade reconhecida como uma das melhores para viver, com contas certas, uma Câmara financeiramente sólida e robusta, obra feita e projetos preparados para desenvolver. Deixamos também recursos para que esse desenvolvimento possa prosseguir”, referiu.
João Paulo Gouveia aproveitou ainda para agradecer “a todos os viseenses que, durante todos estes anos, depositaram no PSD a sua confiança através do voto”, bem como às “25 candidaturas às juntas de freguesia”, muitas das quais conquistadas pelo partido.
O dirigente felicitou o PS e o seu candidato pela vitória, que considerou “uma vitória ténue, mas legítima”, e desejou que “saibam honrar a confiança que os viseenses lhes atribuíram”.
Questionado sobre o momento tardio das declarações, explicou não haver “qualquer questão de maior”, garantiu.
“Temos a responsabilidade de representar quase tantos eleitores quanto aqueles que escolheram o atual presidente da Câmara e essa responsabilidade será honrada”, concluiu João Paulo Gouveia.
José Cesário admite “erros graves” após PSD perder Viseu para o PS
“Ao fim de muitos anos o PSD perdeu a Câmara Municipal de Viseu. Surpresa ou não, independentemente das responsabilidades de cada um, é uma derrota de todos nós”. A frase é do social-democrata José Cesário nas redes sociais e, para já, das poucas reflexões que o PSD em Viseu fez relativamente aos resultados da noite eleitoral autárquica de domingo que deu a vitória ao PS.
Desde essa data, ainda não foi possível obter reações por parte do ainda presidente da Câmara, Fernando Ruas, que se recandidatou para mais um mandato.
Na página oficial da campanha do PSD apenas a frase “O resultado não nos faz parar. Estaremos sempre ao lado dos viseenses. Continuaremos a trabalhar com a mesma dedicação e sentido de missão, porque acreditamos em Viseu e no seu futuro”.
Mas são muitas vozes que questionam a “falta de comparência” nestes três primeiros dias da semana dos rostos que deram vida a esta candidatura, a começar por Fernando Ruas.
Mas se os principais protagonistas ainda aguardam pela melhor hora para comentar, José Cesário admite que “foram cometidos erros graves” e que o PSD local não conseguiu ler corretamente os “sinais evidentes do que poderia acontecer”.
“Agora há que ir em frente… Com humildade e muita autocrítica, há que analisar as causas dos insucessos, voltar a unir a família social-democrata e trabalhar muito”, apelou.
O também deputado na Assembleia da República deixou uma palavra de agradecimento pelo trabalho do autarca Fernando Ruas. “Fernando Ruas também perdeu, mas nada apagará o notável trabalho feito à frente da nossa autarquia durante 27 anos. Ele fará parte, para sempre, do nosso património comum”, assinalou.
Ao futuro presidente, João Azevedo, desejou “o melhor mandato possível em prol da nossa Terra”.
A conquista da Câmara de Viseu pelo PS foi uma das surpresas da noite eleitoral. Logo no dia seguinte, o presidente da distrital de Viseu do PSD, Carlos Santiago, lamentou a perda da capital de distrito para o PS, mas mostrou-se satisfeito por o partido ter conquistado o mesmo número de Câmaras do que em 2021.
No domingo, o PS voltou a vencer as eleições autárquicas no distrito de Viseu, ficando a governar onze das 24 câmaras (mais uma do que em 2021).
No entanto, perdeu a Câmara de Viseu depois de 36 anos de poder, com o PS a não permitir ao “dinossauro” Fernando Ruas cumprir aquele que seria o seu último mandato.
“O povo do concelho de Viseu falou, a democracia falou. Temos de aceitar com naturalidade os resultados, parabenizar o PS em Viseu, nomeadamente o [futuro] presidente João Azevedo”, sublinhou Carlos Santiago.
Também sua opinião, o PSD precisa agora de “fazer uma reflexão muito profunda, depois de todas as avaliações e de todos os apuramentos, para continuar a arrepiar caminho”.
O PSD obteve 27,64% dos votos do distrito (em 2021 tinha ficado com 25,48%). Conquistou oito Câmaras sozinho (Armamar, Nelas, São João da Pesqueira, Sátão, Sernancelhe, Tarouca, Tondela e Vouzela) e mais cinco em coligação, quatro com o CDS-PP (Castro Daire, Lamego, Oliveira de Frades e Resende) e uma com a IL (Santa Comba Dão).
O líder distrital do PSD sublinhou que, além de manter o mesmo número de Câmaras, o seu partido conseguiu “resultados extraordinários” em algumas delas, como Sernancelhe (78,47% dos votos), São João da Pesqueira (75,88%) e Oliveira de Frades (75,59%, em coligação com o CDS-PP), nas quais ficou com a totalidade dos cinco mandatos.
“O PSD é um partido com muita dinâmica, um partido do poder local e das pessoas, e cá estaremos para as respostas necessárias no momento oportuno”, garantiu.
Além da capital de distrito, houve também mudanças de partidos em Penedono (do PSD para o PS), Resende (do PS para o PSD/CDS-PP), Santa Comba Dão (do PS para o PSD/IL), Tabuaço (do PSD/CDS-PP para o PS) e São João da Pesqueira (do movimento independente Pela Nossa Terra para o PSD), sendo que, neste último concelho, o presidente se manterá o mesmo.