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O Círculo de Criação Contemporânea de Viseu – Polo 1 recebe esta terça-feira, às 21h00, o espetáculo “Take My Breath Away”, da companhia Ritual de Domingo, numa versão redux que mergulha nas incertezas, fragilidades e contradições da Europa contemporânea. Classificado para maiores de 16 anos, o espetáculo propõe-se como uma viagem crítica e emocional à procura do “fôlego perdido” do velho continente.
A Europa está em colapso ou apenas à procura de um novo fôlego? Esta é a pergunta que serve de ponto de partida para esta criação. Em cena, um casal de apresentadores de televisão fala em direto com cidadãos de vários países europeus, numa tentativa desesperada de encontrar respostas para questões que se dissolvem no discurso institucional. Também eles, à beira do colapso, procuram algo que os faça voltar a acreditar na Europa.
A obra aborda temas urgentes e desconfortáveis, desde o tratamento dos refugiados à ascensão do autoritarismo, passando pelo mundo pós-pandemia e pela dificuldade de o discurso europeu se conectar com as pessoas.
“É outra camada que se pretende explorar: a do respeito pelos direitos humanos, das minorias e dos movimentos extremados que ameaçam a democracia”, explica a encenadora Sónia Barbosa. “O título é provocatório quando se trata de assuntos sérios como a emigração, os direitos LGBTQIA+, o negacionismo ou o distanciamento do discurso europeu face aos cidadãos”, acrescenta.
O nome “Take My Breath Away” evoca a canção da banda norte-americana Berlin, imortalizada no filme Top Gun, mas também remete para Berlim, cidade-símbolo europeia, marcada pelo seu passado e pela esperança num novo modelo de comunidade. A partir deste cruzamento simbólico, a Ritual de Domingo propõe uma reflexão sobre o poder das narrativas, a influência cultural e o imaginário coletivo europeu.
Com humor, crítica e desconcerto, o espetáculo convida o público a olhar para a Europa sem filtros, entre o desencanto e a possibilidade de recomeço. No fim, fica a pergunta que ecoa em cena e fora dela:
O que é que ainda nos faz acreditar na Europa?