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O presidente da Câmara de Viseu, responsável pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS), afirmou que a distribuição de água a partir da ETA (Estação de Tratamento de Águas) de Fagilde aconteceu como sempre e as variações existentes, nomeadamente no abastecimento ao reservatório de Mangualde (Tabosa) terão a ver com o consumo. O autarca social-democrata demarcou-se ainda da falta de água em Nelas, situação que levou a autarquia a recorrer ao abastecimento por via de camiões cisterna nos últimos dias.
O presidente (PS) de Mangualde queixou-se no último domingo da diminuição do fornecimento de água, uma situação que, salientou, “tem vindo a acontecer desde 16 de junho”. Marco Almeida questionou ainda os serviços de Viseu sobre qual a quantidade de água tratada pela ETA (cuja responsabilidade é do SMAS), frisando ainda que as variações não são insignificantes e que têm um “impacto brutal”.
Esta terça-feira, em conferência de imprensa, o presidente da Câmara de Viseu lembrou que as oscilações estão relacionadas com o consumo e com a limpeza e manutenção da Estação de Tratamento.
“Os valores tiveram uma diminuição impercetível e as oscilações são relativamente pequenas. O valor máximo foi de 7.800 metros cúbicos (m3) e o mínimo foi de 6.290 m3. Tivemos uma [diminuição] no dia 2 de julho, em que houve manutenção, que foi para 5.975 m3”, afirmou Fernando Ruas.
Segundo o autarca, “o mês de junho foi até quando houve maior fornecimento de água” ao reservatório de Tabosa e que “a diferença na quantidade distribuída terá a ver com o consumo”.
Durante o mês de “junho foram fornecidos 221.711 m3 de água, enquanto em janeiro foram 194.737 m3” e “a variação dos valores tem a ver com o consumo de água, com o que é pedido”, afirmou o autarca.
O reservatório de Tabosa, em Mangualde, recebe a água que é distribuída para o próprio município, que fica com 43%, e para o concelho vizinho de Nelas que tem 57%. Com esta situação, Mangualde paga a água a Viseu e Nelas, por sua vez, paga a Mangualde.
Apesar da percentagem da quota ser sempre igual, a quantidade varia em função da quantidade de água tratada, porque “a ETA de Fagilde trata entre 1.000 m3 e 1.200 m3 por hora”, explicou, por seu lado, o diretor do SMAS, Carlos Tomás.
Quanto à limpeza, que obrigou também a uma paragem e, consequentemente, a menos água tratada, o diretor do SMAS explicou que elas acomteceram durante três dias (30 de junho, 02 e 07 de julho, entre as 06:00 e as 13:00) e foram programados e avisados. Disse ainda que acontecem de três em três meses.
Carlos Tomás afirmou que “há sempre uma manutenção no final de junho e início de julho para garantir uma melhor qualidade de água no verão, porque se for antecipada, a próxima seria em setembro”. “Também é verdade que nesta altura do ano não é costume haver estas temperaturas elevadas e isso pode ter influência”, admitiu Carlos Tomás.
Explicações que não satisfazem o presidente da Câmara de Mangualde que mantém a pergunta de qual o valor de água que diariamente é tratada da ETA. “E se as limpezas foram depois de 30 de junho, porque é que houve diminuição a parir dde 16 de junho), questionou ainda o autarca. “O que queremos saber é qual a quantidade diária de água tratada pela ETA porque, por exemplo, 27% de nada é nada”, sustentou.
Dívidas e soluções
A quantidade de água que está a ser tratada na ETA de Fagilde – que há cerca de 20 anos, de acordo com vários relatórios, já tinha atingido o seu limite – é um dos assuntos que tem estado na base da “discórdia” entre os autarcas de Viseu e Mangualde.
Fernando Ruas voltou a lembrar que esta situação da ETA “diz bem da necessidade de ter um sistema de abastecimenmto atualizado”, referindo-se à Águas do Douro e Paiva (que ficará responsável pela reparação da Estação), sistema ao qual Viseu já aderiu, mas Mangualde ainda não.
O autarca de Viseu recusou também comentar a falta de água em Nelas, ressalvando que o SMAS deu as explicações técnicas. “Porque é que a Câmara de Nelas está sem água? Eu não tenho de saber, só tenho de dar explicações técnicas”, reforçou.
Aproveitou ainda para dizer que enquanto a Câmara de Viseu “tem cuidados com a questão da água”, outros “aligeiram este problema”, aludindo ao aumento de dívida, nomeadamente de Mangualde, avançando com o valor de 309 mil euros.
Uma dívida que Marco Almeida rejeita. “Até ao momento a Câmara de Mangualde não tem nenhuma factura vencida com o SMAS de Viseu”, disse o autarca, lamentando que o presidente da autarquia de Viseu esteja “mal informado pelos seus serviços”.
A ETA da Barragem de Fagilde distribui água para quatro concelhos: Viseu (com uma quota de 70%), Penalva do Castelo (3%), Mangualde (11,5%) e Nelas (15,5%).