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Jessica Cardoso
Todos os anos, entre os dias 1 e 7 de agosto, celebra-se a Semana Mundial do Aleitamento Materno, uma iniciativa promovida pela World Alliance for Breastfeeding Action (WABA) com o objetivo de sensibilizar para a importância vital do aleitamento materno, quer para o desenvolvimento saudável dos bebés quer para a saúde das mães.
A Semana Mundial do Aleitamento Materno, é celebrada desde 1992 com temas anuais que incluem sistemas de saúde, trabalho, apoio comunitário, ecologia, economia, ciência, educação e direitos humanos. Este ano o foco é o meio ambiente e as mudanças climáticas com o slogan: “Priorizar a amamentação: criar sistemas de apoio sustentáveis”. A campanha destaca a importância do facto do leite materno ser produzido e entregue sem poluição, embalagens ou resíduos, sendo a melhor solução a nível de sustentabilidade e proteção do planeta. Destaca ainda que o leite materno é um alimento natural, renovável e ambientalmente seguro. Assim, ao priorizar e apoiar o aleitamento materno, consegue-se também reduzir o crescente impacto climático das cadeias de produção de leite artificial.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) e a UNICEF defendem que o aleitamento materno deve ser exclusivo até aos 6 meses de vida da criança. Em Portugal, não há total conhecimento sobre a prevalência e duração do aleitamento materno, no entanto a informação disponível estimou que em 2023 cerca de 21% das mulheres mantiveram o aleitamento materno exclusivo até aos 6 meses. Segundo a OMS a nível mundial cerca de 48% das mulheres amamentam exclusivamente aos 6 meses. O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável pretende que até 2030 a taxa de aleitamento materno exclusivo seja de 50% e, para isso, a Comissão Nacional para a Promoção do Aleitamento Materno tem trabalhado de diversas formas para incentivar esta prática.
Mas afinal que importância tem o aleitamento materno? O leite materno é um alimento vivo e completo com a composição perfeita de nutrientes, anticorpos e amor, necessárias para um desenvolvimento físico e emocional saudáveis. Reduz drasticamente o risco de a criança desenvolver doenças respiratórias, gastrointestinais e infeciosas, além de contribuir para a prevenção da obesidade infantil. Para as mães, amamentar também traz benefícios, como a diminuição do risco de cancro da mama e do ovário, além de contribuir para uma melhor recuperação pós-parto.
Embora a maioria das mães inicie a amamentação logo após o parto, apenas uma parte consegue manter o aleitamento exclusivo até aos seis meses. A falta de conhecimento sobre o gozo de licenças parentais, a fraca rede de apoio e a pressão que a industria do leite artificial constrói, criam dificuldades às mães. Além disso, mitos como “o meu leite é fraco” ou “o bebé chora porque tem fome” leva muitas mães a questionar-se sobre a sua capacidade de alimentar a criança. A desinformação aliada ao stress e cansaço, natural do período pós-parto, fazem com que as mães desistam de uma das tarefas mais desafiadoras das suas vidas.
Falar de amamentação é falar de sustentabilidade e essa deve ser abordada desde a idade escolar, saber desde cedo da importância da amamentação irá contribuir para que a mulher escolha naturalmente essa prática. Por isso, deve trabalhar-se a sociedade no sentido de promover o aleitamento materno, empoderar as mulheres e encorajá-las para a amamentação desde cedo, contribuindo assim para que as gerações futuras sejam mais sustentáveis e consequentemente mais saudáveis.
O aleitamento materno não é apenas um ato de amor, é um direito humano, uma estratégia de saúde pública e um investimento num futuro sustentável e duradouro.
Jessica Cardoso, enfermeira, estudante do CMEC na área de Enfermagem de Saúde Comunitária e Saúde Pública, da ESSV, em colaboração com a UCC Viseense
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