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O artista português Bordalo II esteve no cemitério do Vimieiro, em Santa Comba Dão, para “intervencionar” a campa de António Oliveira Salazar. Bordalo II cobriu o local com uma caixa de medicamento gigante onde surge em grande destaque a palavra “Liberdade” e um cravo vermelho.
O medicamento “Liberdade” é, segundo o artista, “um pro-biótico anti-fascista”, de 25mg e com 50 cápsulas. Na caixa pode ainda ler-se “sua dose diária de democracia”.
Na publicação feita nas redes sociais, Bordalo II escreve que “a liberdade é fundamental para cada um de nós e para o bem-estar de todos”.
“Não nos podemos distrair e tomar a liberdade como um bem adquirido. Pelo contrário, temos que defendê-la e exercita-la todos os dias. O 25 de abril serve também para nos lembrarmos disto! Defender a liberdade é respeitar as diferenças, exigir direitos fundamentais universais e permitir a expressão do pensamento livre e da criatividade. Também a arte deve ser livre, deve poder questionar, provocar e dar um ponto de partida para a reflexão”, refere.
António Oliveira Salazar, figura maior do Estado Novo, nasceu no Vimieiro. Meio século após o fim do Estado Novo, 25 Abril: Santa Comba Dão não desiste do Centro Interpretativo do Estado Novo, mas a polémica continua deste período da história portuguesa, mas o projeto está envolto em polémica e ensombrado pelo receio de que ‘ressuscite’ o fascismo.