A primeira viagem desta VII Temporada começa em Caldas das Taipas, uma…
Começamos esta nova temporada onde a água é quente, as histórias são…
Prepare-se para novas viagens cheias de encanto, memórias e segredos bem guardados….
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Fernando Barata, pneumologista no Hospital CUF Viseu e Hospital CUF Coimbra
Há alguns anos, observei um homem, referenciado pelo seu médico de família, com queixas desde alguns meses de tosse persistente, por vezes com expectoração “raiada de sangue”, e recentemente perda de apetite e emagrecimento. A TAC (tomografia computadorizada) mostrava um volumoso tumor do pulmão direito e lesões suspeitas de metástases no fígado. Fazia-se acompanhar de uma irmã que sempre o alertou para o facto de ser fumador desde a adolescência e de nunca ter aceitado ir a uma consulta de cessação tabágica ou procurado o seu médico para uma avaliação torácica.
Como esta, recordo múltiplas histórias de vida, muitas terminadas prematuramente pelo diagnóstico em fase avançada de um cancro do pulmão. Não esqueçamos que a taxa de sobrevida em cinco anos ultrapassa 70% dos doentes diagnosticados e tratados em fase precoce em comparação com 12% se diagnosticados já numa fase avançada. Inverter este quadro implica diagnosticar e tratar mais precocemente.
Tosse persistente que se agrava com o passar dos dias, tosse com expetoração “raiada de sangue” ou “cor de ferrugem”, cansaço, pieira ou mesmo falta de ar de instalação súbita ou gradual, dor no peito que se agrava com a tosse ou a respiração profunda, fadiga com perda de peso inexplicável ou infeções respiratórias de repetição são condições para uma avaliação médica e realização de estudos de imagem complementares para confirmar ou excluir a possibilidade de doença respiratória, nomeadamente de cancro do pulmão.
O tabaco é o principal fator de risco para cancro do pulmão, contribuindo para um danificar progressivo das células brônquicas e alveolares. Quanto mais cedo começou a fumar e quanto mais tempo fumou, maior o risco de cancro do pulmão, estando este risco associado às clássicas e modernas formas de fumar.
Também o fumo passivo, a exposição ocupacional ou ambiental, a história familiar de doença oncológica ou a história pessoal de outra doença pulmonar ou outro cancro prévio constituem fatores de risco para cancro do pulmão.
Possuímos hoje em Portugal, e na CUF, toda uma tecnologia sequencial de avaliação diagnóstica e da extensão da doença, optando posteriormente pela decisão terapêutica mais adequada com recurso a cirurgia, radioterapia, quimioterapia, imunoterapia (tratamento que estimula o sistema imunitário para que reconheça e combata as células cancerígenas) ou terapêuticas alvo (tratamentos que atingem partes específicas das células cancerígenas para parar o seu crescimento) utilizadas em modo isolado ou combinado. Importa ainda referir a crescente importância de programas estruturados de deteção precoce do cancro do pulmão, que permitem intervir em fases iniciais da doença, aumentando significativamente as possibilidades de sucesso terapêutico.
Neste Dia Mundial do Cancro do Pulmão, assinalado a 1 de agosto, é essencial reforçar a consciencialização sobre a doença e de que é de extrema importância estar atento, hoje e sempre, aos sinais e sintomas para um diagnóstico precoce.
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Fernando Barata, pneumologista no Hospital CUF Viseu e Hospital CUF Coimbra
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Miguel Carvalho Gomes